Messi na MLS ajudará também o futebol feminino, diz estrela da seleção dos EUA
Bicampeã mundial com os Estados Unidos, Brandi Chastain celebrou a chegada do argentino ao Inter Miami
A lenda do futebol norte-americano Brandi Chastain disse que a chegada de Lionel Messi ao Inter Miami beneficiará o futebol masculino e também o feminino.
Em entrevista a Christiane Amanpour, da CNN, a ex-estrela da seleção feminina dos Estados Unidos descartou a noção de que a presença do argentino na MLS diminuiria de alguma forma o sucesso do futebol das mulheres, que há muito é a força dominante no país.
“Durante muito tempo, o futebol feminino liderou e sempre havia a pergunta: ‘Por que a seleção masculina não é tão boa quanto a feminina?'”, afirmou Chastain, acrescentando que muitos atletas masculinos tradicionalmente buscam outras esportes como basquete, beisebol e futebol americano.
“O futebol agora tem uma chance. Um jogador como Lionel Messi aumenta a quantidade de olhares voltados para o futebol nos Estados Unidos, acho que é bom para os dois.”
Chastain criou um dos momentos mais icônicos do futebol feminino quando, após marcar de pênalti o gol da vitória norte-americana na final da Copa do Mundo de 1999, ela arrancou a camisa e caiu de joelhos para comemorar. Essa imagem tem sido associada ao esporte desde então e ajudou a consolidar o legado do futebol feminino nos Estados Unidos e em todo o mundo.
Há esperanças de que a chegada de Messi à MLS seja outro momento sísmico para o crescimento do esporte no país.
Embora a Apple TV não divulgue publicamente números de audiência, um vídeo de Messi marcando o gol da vitória em sua estreia pelo Inter Miami, postado pela MLS, obteve mais de 214 milhões de visualizações e mais de 15 milhões de engajamentos nas redes sociais, de acordo com a empresa de análise Zoomph.
Sua contratação também deve ser uma benção para o recém-criado pacote de streaming da Apple, o MLS Season Pass.
O Sports Business Journal, citando fontes da indústria de mídia, relata que o pacote de assinatura está “se aproximando de 1 milhão de assinantes” – e a empresa espera que “esse número aumente ainda mais quando Messi começar a jogar”.
Lionel Messi marcou três gols em suas duas primeiras partidas pelo novo clube, e a ex-estrela da seleção inglesa feminina Lianne Sanderson, que conversou com Amanpour ao lado de Chastain, comparou o impacto do argentino à chegada de David Beckham na MLS, quando assinou com o LA Galaxy em 2007 — ele é hoje um dos donos do Inter Miami.
“Acho brilhante que Messi tenha chegado”, disse Sanderson. “O que David Beckham está fazendo também. É o mesmo que ele fez com o Galaxy. É tremendo.”
A Copa do Mundo Feminina deste ano é outro exemplo de quanto o jogo das mulheres cresceu nos últimos anos. Pela primeira vez, 32 seleções estão competindo no torneio, e com vendas de ingressos já batendo recordes.
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Em 2023, tivemos uma campeã inédita. Em sua terceira participação em Copas, a Espanha superou a Inglaterra no Estádio Olímpico de Sydney, em vitória por 1 a 0. • Will Murray/Getty Images
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Os Estados Unidos, liderados por Megan Rapinoe, conquistaram o título em 2019, o quarto do país na história dos Mundiais. As norte-americanas superaram a Holanda na decisão do torneio, disputado na França • Fifa/Divulgação
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Em 2015, a seleção dos Estados Unidos interrompeu 16 anos de jejum e conquistou a taça ao bater o Japão na final, por 5 a 2, no Canadá • US Soccer/Divulgação
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No Mundial de 2011, disputado na Alemanha, o Japão se consagrou campeão ao vencer os Estados Unidos na final, nos pênaltis. É até hoje o único título de uma seleção asiática nas Copas do Mundo, sejam masculinas ou femininas • Fifa/Divulgação
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Em 2007, na China, a seleção alemã conquistou o bicampeonato mundial. Na final, a equipe venceu o Brasil, de Marta, por 2 a 0 • Christof Koepsel/Bongarts/Getty Images
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Na Copa do Mundo de 2003, a Alemanha conquistou o seu primeiro título mundial. A competição, organizada nos Estados Unidos, viu as alemãs vencerem as suecas na decisão • Fifa/Divulgação
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Em 1999, na primeira Copa organizada nos Estados Unidos, as norte-americanas levantaram a taça diante da sua torcida. Na final, bateram a China, nos pênaltis, para conquistar seu segundo título • Fifa/Divulgação
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No segundo Mundial Feminino da história, disputado na Suécia, a Noruega superou a Alemanha na decisão por 2 a 0 para conquistar seu primeiro e único título até hoje • Fifa/Divulgação
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Em 1991, a Fifa organizou a sua primeira Copa do Mundo Feminina da história. Os Estados Unidos ficaram com a taça ao vencer, na final, a seleão norueguesa por 2 a 1. O torneio inaugural foi disputado na China • Fifa/Divulgação
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No entanto, a premiação em dinheiro ainda está muito abaixo do que as equipes masculinas recebem. Na verdade, as jogadoras de futebol na Copa do Mundo Feminina de 2023 ganharão em média apenas 25 centavos para cada dólar ganho pelos homens na Copa do Mundo do ano passado.
Enquanto Chastain admite que ainda há mais a fazer, ela reconhece o burburinho em torno do futebol feminino ultimamente.
“Estamos sempre nos esforçando para melhorar e acho que o futebol feminino está em alta globalmente”, disse ela.
“O fato de termos 32 seleções, e vou pegar a seleção seminina dos Estados Unidos como exemplo: temos 14 jogadoras que nunca jogaram uma Copa do Mundo antes, para mim isso diz muito sobre crescimento.
“Não estamos satisfeitos com o fato de a premiação do Mundial Feminino estar muito abaixo da masculina. O que eu acredito, no entanto, é que o futebol feminino e as mulheres que estão nele são o mais profundo, rico e talentoso poço que ainda não foi explorado. Patrocinadores, direitos televisivos, coisas dessa natureza estão vendo a luz, então estou muito feliz que este seja o melhor momento para fazer parte do futebol feminino.”