Olimpíadas dia #18: Com Isaquias, Hebert e Ana, Bahia tem três ouros em Tóquio
Ana Marcela, também baiana, já havia ganhado o ouro na maratona aquática. Dia do Brasil ainda teve melhor resultado nos saltos ornamentais e derrota no vôlei
As vitórias de Isaquias Queiroz na canoagem, dando fim a uma perseguição ao primeiro lugar no pódio que vinha desde as Olimpíadas do Rio, em 2016, e de Hebert Conceição, que venceu com o brilho de um nocaute na final da categoria peso médio, chamam atenção para a importância da Bahia entre as medalhas de ouro do Brasil em Tóquio.
Com os dois pódios de hoje, o estado foi responsável por emitir a certidão de nascimento de três medalhistas dos seis brasileiros que subiram ao lugar mais alto do pódio no Japão. Antes das vitórias de hoje, Ana Marcela, nascida em Salvador, havia vencido a maratona aquática.
A marca ainda pode melhorar, já que amanhã, às 2h45, a boxeadora baiana Bia Ferreira tem a oportunidade de confirmar o favoritismo na disputa ao ouro na categoria peso leve, contra a boxeadora irlandesa Kellie Harrington. E, ainda que o futebol seja coletivo, é evidente que Daniel Alves, maior vencedor da história em número de títulos do futebol mundial, é um símbolo do time e capitão do time comandado por André Jardine, que pode garantir ainda hoje o ouro no futebol masculino. E de onde ele vem? Da Bahia também.
A aguardada vitória de Isaquias
Foram cinco anos pensando no título olímpico. No caminho, batizou o filho com o nome de seu algoz, Sebastian (referência ao canoísta alemão Sebastian Brendel, ouro no Rio), perdeu o técnico, vítima de um câncer, e foi campeão mundial na Europa.
Agora, depois de chegar três vezes ao pódio no Rio de Janeiro, o baiano de 27 anos conquistou sua primeira medalha de ouro nos Jogos ao vencer a final da categoria C1 1000m da canoagem, nas Olimpíadas de 2020, no fim da noite desta sexta-feira (horário de Brasília).
A prata ficou com Liu Hao, da China, e o bronze com Serghei Tarnovschi, da Moldávia.
O nocaute salvador
O lugar mais alto de Hebert veio em grande estilo, ao derrotar na final do peso médio (até 75kg) das Olimpíadas de 2020 o ucraniano Oleksandr Khyzhniak. Para faturar a medalha de ouro, o pugilista de Salvador, que havia perdidos os dois primeiros rounds da luta, precisava nocautear o rival no terceiro. E conseguiu quando, a 1min29 do fim, acertou um cruzado demolidor, que entrou para a história do boxe nacional.
“É indescritível ser campeão. A ficha ainda não caiu, ainda mais da forma que foi. Foi surpresa para muita gente, mas não para mim. É uma gratidão representar o meu país e a Bahia”, disse o novo campeão olímpico do boxe brasileiro. “Eram 3 minutos para mudar a cor da medalha. A trocação era loteria, mas não tinha nada a perder. Foi muito bom que consegui o nocaute”, relatou.
Na hora da glória, uma lembrança importante
Em comum nas declarações de Isaquias e Hebert após suas respectivas vitórias esteve a lembrança de que o momento ainda é de dividir a felicidade com quem tem sentido muita dor. Ambos dedicaram suas vitórias às pessoas que sofreram com a pandemia de Covid-19.
A medalha é para todos os brasileiros, a pandemia devastou muitas famílias. Tem muitas pessoas tristes, que perderam parentes e empregos. Espero ter dado um breve sorriso a vocês, que esse momento caótico passe, para voltarmos ao normal
Hebert Conceição
Prometi para vocês que eu ia ganhar. O Brasil passou por muitos desafios ao longo desses anos, Covid, dedico muito a todas famílias que perderam entes queridos
Isaquias Queiroz
O dia do Brasil nos jogos
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Isaquias Queiroz disputou e venceu a final da canoagem C1 1.000m, conquistando sua 4ª medalha olímpica • Kirsty Wigglesworth - 7.ago.2021/AP
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Hebert Conceição também conquistou o ouro ao nocautear ucraniano na final do peso médio (até 75kg) • Miriam Jeske- 7.ago.2021/COB
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Na ginástica rítmica, equipe brasileira conseguiu apenas a 12ª posição na classificação e acabou eliminada • Frank Franklin II - 7.ago.2021/AP
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Brasil foi derrotado pela Argentina na disputa da medalha de bronze no vôlei masculino • Kirsty Wigglesworth/AP
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Kawan Pereira, 1º brasileiro a chegar na final dos saltos ornamentais; ele ficou em 10º lugar • Kirsty Wigglesworth/AP
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Brasil derrotou Espanha na prorrogação e conquistou bicampeonato olímpico de futebol masculino • Fernando Vergara - 7.ago.2021/AP
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Dia histórico nos saltos ornamentais
Kawan Pereira está marcado na história da plataforma de 10m dos saltos ornamentais. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, sua primeira Olimpíada, o brasileiro disputou a final e terminou no 10º lugar, o melhor resultado do Brasil na modalidade. E olha que ele só tem 19 anos.
Após seis saltos realizados na final, o piauiense terminou com 393.85, um pouco menos do que tinha feito na semifinal (400.40). “Foi um ano de altos e baixos. Tive uma lesão no pé um mês e meio antes de vir para cá. Foi difícil, mas consegui.”
Foi um ano de altos e baixos. Tive uma lesão no pé um mês e meio antes de vir para cá. Foi difícil, mas consegui.
Kawan, após melhor desempenho do Brasil na história da modalidade
Os medalhistas de ouro deste sábado
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Após 62 anos de jejum, Brasil conquistou ouro no futebol masculino nas Olimpíadas de 2016 e 2020 • Fernando Vergara - 7.ago.2021/AP
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Depois de ser prata e bronze no Rio, Isaquias Queiroz conquistou o ouro na canoagem C1 1.000m • Lee Jin-man/AP
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Hebert Conceição exibe orgulhoso a medalha de ouro conquistada no boxe peso médio (até 75kg) • Wander Roberto/COB/Divulgação
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Queniana Peres Jepchirchir venceu maratona feminina em Tóquio e conquistou a medalha de ouro • Eugene Hoshiko - 7.ago.2021/AP
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Chinesas Shixiao Xu e Mengya Sun conquistaram o ouro na categoria C-2 500 metros da canoagem • Lee Jin-man - 7.ago.2021/AP
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Já a categoria K-4 500 metros foi vencida pelas húngaras Danuta Kozak, Tamara Csipes, Anna Karasz e Dora Bodonyi • Lee Jin-man - 7.ago.2021/AP
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Dupla norueguesa Anders Berntsen Mol (D) e Christian Sandlie Sorum conquistou ouro no vôlei de praia masculino • Felipe Dana - 7.ago.2021/AP
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Jogadores de basquete dos EUA celebram conquista do tetracampeonato olímpico • Charlie Neibergall - 7.ago.2021/AP
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Americana Nelly Korda conquistou a medalha de ouro no golfe feminino • Matt York - 7.ago.2021/AP
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Britânico Galal Yafai conquistou o ouro olímpico no boxe masculino, na categoria até 52kg • Themba Hadebe - 7.ago.2021/AP
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Stoyka Zhelyazkova Krasteva, da Bulgária, levou o ouro na categoria até 51kg do boxe feminino • Frank Franklin II - 7.ago.2021/AP
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Turca Busenaz Surmeneli foi a campeã olímpica na categoria até 69kg do boxe feminino • Themba Hadebe - 7.ago.2021/AP
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Chinês Cao Yuan conquistou o ouro olímpico nos saltos ornamentais, na plataforma de 10m • Dmitri Lovetsky - 7.ago.2021/AP
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Linoy Ashram, de Israel, conquistou ouro no individual geral da ginástica rítmica • Ashley Landis - 7.ago.2021/AP
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Lasse Norman Hansen e Michael Morkov, da Dinamarca, conquistaram ouro na prova madison do ciclismo • Thibault Camus - 7.ago.2021/AP
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Equipe dos EUA de polo aquático derrotou a Espanha e ficou com ouro em Tóquio • Mark Humphrey - 7.ago.2021/AP
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Dawid Tomala (Polônia) recebe ouro conquistado na véspera na prova da marcha atlética 50km • Martin Meissner - 7.ago.2021/AP
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Antonella Palmisano, da Itália, recebe o ouro da marcha atlética 20km vencida na sexta-feira • Martin Meissner - 7.ago.2021/AP
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Velocistas da Jamaica receberam a medalha de ouro do revezamento 4x100m; prova foi vencida na sexta (6) • Martin Meissner - 7.ago.2021/AP
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No revezamento 4x100 masculino, também disputado sexta-feira (6), ouro ficou com a Itália • Martin Meissner - 7.ago.2021/AP
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Britânico Joseph Choong conquistou ouro no pentatlo moderno masculino • Hassan Ammar - 7.ago.2021/AP
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Shiying Liu (China) recebeu neste sábado ouro conquistado na véspera no lançamento de dardo • Martin Meissner - 7.ago.2021/AP
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Holandesa Sifan Hassan conquistou ouro na prova dos 10.000m • Martin Meissner - 7.ago.2021/AP
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Japonês Takuto Otoguro ficou com ouro na luta olímpica estilo livre (65kg) • Aaron Favila - 7.ago.2021/AP
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Comitê Olímpico Russo venceu competição por equipes do nado artístico em Tóquio • Dmitri Lovetsky - 7.ago.2021/AP
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Jakob Ingebrigtsen, da Noruega, foi o vencedor na prova masculina dos 1.500m • Martin Meissner - 7.ago.2021/AP
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Russo Adbulrashid Sadulaev venceu a luta olímpica estilo livre (97kg) • Aaron Favila - 7.ago.2021/AP
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Na competição de saltos por equipes do hipismo, suecos ficaram com o ouro • Carolyn Kaster - 7.ago.2021/AP
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Neeraj Chopra, da Índia, conquistou única medalha de ouro de seu país nos Jogos • Martin Meissner - 7.ago.2021/AP
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Japonesa Yui Susaki ficou com ouro na luta olímpica estilo livre (50kg) • Aaron Favila - 7.ago.2021/AP
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Feryal Abdelaziz (Egito) levou o ouro no karatê kumite acima de 61kg • Vincent Thian - 7.ago.2021/AP
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Velocistas dos EUA conquistaram ouro no revezamento 4x400m • Martin Meissner - 7.ago.2021/AP
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No revezamento masculino 4x400m vitória também ficou com a equipe dos EUA • Martin Meissner - 7.ago.2021/AP
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Sajad Ganjzadeh, do Irã, venceu no karatê kumite masculino (+75kg) • Vincent Thian - 7.ago.2021/AP
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Russa Mariya Lasitskene levou o ouro no salto em altura com marca de 2,04m • Martin Meissner - 7.ago.2021/AP
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Japão derrotou EUA e conquistou ouro na final do basebol • Matt Slocum - 7.ago.2021/AP
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Na final masculina do handebol, título ficou com equipe da França • Sergei Grits - 7.ago.2021/AP
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França derrotou os russos e ficou com medalha de ouro no vôlei masculino • Frank Augstein - 7.ago.2021/AP
Time masculino de vôlei sai de Tóquio sem medalha
A seleção brasileira masculina de vôlei sai sem medalhas das Olimpíadas de 2020, algo que não acontecia desde os Jogos de Sydney-2000. Na disputa pelo bronze contra a Argentina, perdeu por 3 sets a 2 neste sábado (7), com parciais de 25/23, 20/25, 20/25, 25/17 e 15/13.
O desfecho de Tóquio repete o das Olimpíadas de Seul, em 1988, quando o Brasil também perdeu o clássico sul-americano na definição do terceiro lugar, e quebra uma sequência de conquistas da seleção brasileira nos Jogos.
Depois de ficar sem medalhas em 2000, o Brasil foi finalista em todas as edições seguintes dos Jogos: conquistou o ouro em Atenas-2004 e no Rio-2016 e foi prata em Pequim-2018 e Londres-2012.
A primeira coisa é o sul-americano daqui poucos dias. Depois disso temos que sentar pra ver. Ver os planos e começar a pensar no novo ciclo. Com certeza podem haver mudanças. Mas o momento é de muita cautela. Precisamos conversar com a CBV, depois ver com os jogadores e se preparar
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Dream Team é ouro sem fazer sonhar
Os Estados Unidos, quase se desquitando do apelido de Dream Team, confirmaram as expectativas e conquistaram o ouro no basquete masculino nas Olimpíadas de 2020. O time americano venceu a França, neste sábado (7), por 87 a 82. É o primeiro tetra do basquete americano desde 1968. Com o elenco clamorosamente mais qualificado do torneio, deu a lógica, mas sem tanta arte.
A França superou o time americano em rebotes e assistências, fez mais pontos no último período e, em suma, a melhor partida que era possível. Os campeões dos Estados Unidos entram para a história olímpica sem parágrafos mágicos. Fizeram “só” o suficiente.
Durant, claro, foi o principal marcador, com 29 pontos. Jayson Tatum marcou 19, enquanto Holiday e Lillard marcaram 11. Na França, destaque para Fournier e Gobert, com 16 pontos, e De Colo, que marcou 12. Nenhum atleta fez um duplo-duplo: o jogo foi equilibrado o suficiente para não haver performances muito dominantes. Nem individuais nem coletivas.