CNN Esportes

"Perdemos o futebol para a Arábia Saudita", diz ex-presidente da Fifa

Joseph Blatter criticou o atual comando da Fifa, que tem Gianni Infantino como presidente

Filipe Saochuk, da CNN
Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa, foi banido por mais 6 anos e 8 meses
Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa  • Reuters
Compartilhar matéria

Joseph Blatter não economizou nas críticas ao atual presidente da Fifa, Gianni Infantino.

O ex-mandatário, hoje com 89 anos, afirmou que o mundo "perdeu o futebol" para a Arábia Saudita e, surpreendentemente, ninguém dentro da Fifa se opõe. O país árabe será sede da Copa do Mundo em 2034.

"Perdemos o futebol para a Arábia Saudita. E, surpreendentemente, não há qualquer oposição dentro da Fifa. Durante o meu mandato, ainda havia reuniões onde os problemas eram discutidos e o congresso decidia. Hoje em dia, já não se discute no congresso", afirmou Blatter em entrevista à televisão alemã RTL.

O suíço aproveitou para criticar até mesmo o modelo utilizado pela organização nas reuniões do congresso, e cutucar mais uma vez Gianni Infantino.

"Tudo é feito eletronicamente e ninguém diz nada. Pode-se até chegar com seis horas de atraso ao congresso", completou Joseph Blatter.

Em maio, o atual presidente da Fifa chegou atrasado a um congresso realizado em Assunção, no Paraguai, o que levou delegados europeus a deixarem a sessão em forma de protesto.

Para completar as declarações, Blatter também criticou o Mundial de Clubes e seu novo formato com 32 equipes, argumentando que o torneio é "prejudicial aos atletas".

"São sempre os mesmos clubes e os mesmos jogadores, que deviam descansar. Jogaram num verão quente, o que é prejudicial e irresponsável. Não se pode fazer isso, é preciso proteger os jogadores", disse Blatter à agência DPA.

Joseph Blatter: 17 anos de Fifa e um escândalo de corrupção

Joseph Blatter comandou a entidade máxima do futebol entre 1998 e 2015, quando renunciou o cargo após um escândalo de corrupção estourar dentro da Fifa.

O caso está relacionado a um pagamento de 2 milhões de francos suíços (R$ 13 milhões na cotação atual) que Blatter autorizou a Platini, ex-capitão e técnico da seleção da França, em 2011.

O pagamento foi uma taxa de consultoria paga a Platini pelo trabalho realizado entre 1998 e 2002, que, segundo o francês, foi parcialmente adiado porque a Fifa não tinha fundos para pagá-lo integralmente imediatamente.

No entanto, em março deste ano, Blatter e Platini foram inocentados das acusações de corrupção por um tribunal suíço na terça-feira, dois anos e meio depois de terem sido absolvidos pela primeira vez das acusações.

 

Acompanhe Esportes nas Redes Sociais