‘Se eu me dedicava 200%, hoje já estou 300%’, diz Darlan Romani após 4º lugar
Brasileiro que ficou a uma posição do pódio no arremesso de peso nas Olimpíadas de 2020 já retomou treinamento e agradeceu apoio de fãs após a prova
Um dia após ficar em quarto lugar no arremesso de peso nas Olimpíadas de Tóquio, o brasileiro Darlan Romani já retomou seu treinamento.
Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (6), o atleta contou que o foco agora é colocar a cabeça no lugar para obter melhores resultados. “Se eu me dedicava 200%, hoje já estou me dedicando 300%. Acabei de chegar do treinamento”, disse Romani.
Darlan conseguiu alcançar sua melhor marca na temporada, com 21,88 metros, mas os medalhistas, como era esperado, superaram os 22 metros – o norte-americano Ryan Crouser, que ficou com o ouro, fez cinco arremessos acima de 22,5 metros, sendo a melhor em 23,3 m ( novo recorde olímpico).
O brasileiro tem como maior arremesso da carreira os 22,61 metros de 2019, mas durante a pandemia não conseguiu retomar esse patamar.
“Ontem, depois da prova, fiquei isolado sozinho no quarto. Chorei bastante”, afirmou o atleta. “Recebi muitas mensagens de apoio, sem palavras para agradecer a gratidão que estou tendo de todo mundo que torceu e nos apoiou nessa competição.”
Nova geração
Darlan Romani vê um grande futuro para o arremesso de peso brasileiro. Para ele, a nova geração de atletas está “em fase crescente de resultados” desde 2010.
“Foi quando começou um projeto que eu iniciei participando em Uberlândia. Antes de 2010, se conseguia pegar uma medalha no Troféu Brasil com 16 metros. Hoje, para ganhar medalha, tem que arremessar acima de 19m ou 20m.”
“Isso quer dizer que nosso esporte tem evoluído e crescido muito, e é muito gratificante poder fazer parte disso, puxar cada vez mais nosso resultado e cada vez mais os nossos atletas”, afirmou.
‘Foi o melhor que conseguimos’
Um vídeo do treinamento de Darlan em um terreno próximo à sua casa, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, do ano passado, viralizou nas redes sociais.
O atleta explicou que, com a ajuda de um amigo pedreiro, montou uma estrutura para treinar enquanto o centro de atletismo estava fechado por causa da pandemia de Covid-19.
“Lá foi o meu setor de treinamento durante praticamente todo o ano de 2020”, lembrou. “Devido às condições da Covid-19, para segurança de todos, em respeito à saúde, às pessoas e ao meu próprio treinador, que é um senhor de idade, [treinei ali].”
“Foi o melhor que conseguimos. Poderia ir para um parque para conseguir uma situação melhor para arremessar, mas lá teria mais gente e ali eu tinha certeza que só estaria eu, meu treinador e minha parceira de treino.”