Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Incentivo ao esporte fica à mercê de projetos pontuais, diz líder de associação

    Presidente da Associação Brasileira de Gestão do Esporte fala sobre queda de recursos destinados à prática esportiva

    Da CNN, em São Paulo

    Com 19 medalhas até agora, o Brasil bateu seu recorde em Olimpíadas. No entanto, esse resultado vem enquanto diminui o incentivo ao esporte no país.

    Em 2016, para os Jogos Olímpicos do Rio, foram investidos cerca de R$ 7,2 bilhões, valor que caiu pela metade em Tóquio este ano — R$ 3,6 bilhões –, segundo levantamento da Associação Brasileira de Gestão do Esporte (Abragesp), com base em dados do governo.

    O presidente da entidade, Leandro Mazzei, falou sobre esse cenário em entrevista à CNN neste sábado (7). “O principal fator para a queda foi a não existência do Ministério do Esporte, que hoje é uma Secretaria Especial do Esporte no Ministério da Cidadania. O governo, com a ausência do ministério, acabou declinando boa parte do que era investido anteriormente”, avalia.

     

    Segundo Mazzei, há atualmente uma falta de integração entre poder público, clubes e projetos voltados a futuros talentos. “Se você não tem um sistema claro de quem cuida da base, tem um certo desequilíbrio. Os municípios podem desenvolver rendimento, participação e o esporte educacional e de base, mas qual a prioridade que ele tem que dar? Isso vale para estado e governo federal. Os clubes também tem que repensar suas prioridades de acordo com sua capacidade”, explica.

    Leandro Mazzei, pres. da Associação Brasileira de Gestão do Esporte (Abragesp)
    Leandro Mazzei, presidente da Associação Brasileira de Gestão do Esporte (Abragesp) (07.Ago.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

     

    O dirigente defende ainda uma maior atenção a programas que incentivem o esporte à população infantil. “A gente sabe que boa parte das escolas públicas não tem sequer uma quadra. Nem todo mundo tem condição de pagar um clube, e muitas prefeituras oferecem iniciação esportiva, além de projetos sociais, mas está tudo desconectado. Ficamos à mercê de projetos pontuais que do dia para a noite podem deixar de existir”.

    Depois do judô e do taekwondo, o caratê é o terceiro esporte olímpico que segue
    Depois do judô e do taekwondo, o caratê é o terceiro esporte olímpico que segue o sistema de faixas. Não há representante brasileiro nesta categoria, em Tóquio
    Foto: GettyImages

     

     

    Tópicos