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Presidiários argentinos jogam rugby para iniciar ressocialização

História do esporte nas prisões será retratada em série

Lucila Sigal, Adam Jourdan, da Reuters
Atores gravam série sobre time "Espartanos" na Argentina
Atores gravam série sobre time "Espartanos" na Argentina 1/12/ 2022  • Divulgação
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O escrivão criminal argentino e ex-jogador de rúgbi Eduardo "Coco" Oderigo queria encontrar uma maneira de ajudar os presos a se reabilitarem e ficarem fora da prisão quando fossem soltos, então ele combinou suas duas paixões: o direito e o conhecimento do esporte.

O plano enfrentou desafios, incluindo convencer diretores de prisões céticos a deixar criminosos endurecidos fazerem scrum e tackle em um jogo de contato físico, mas funcionou.

Os prisioneiros que jogaram nos times tiveram uma taxa de reincidência de 5%, muito abaixo da média do sistema prisional argentino de 65%. Menos ainda retornaram à prisão.

"Na realidade, não é apenas que a taxa de reincidência cai para 5%, mas também há um número incontável de pessoas que não se tornam vítimas quando essas pessoas são soltas", disse Oderigo à Reuters.

Sua jornada foi transformada em "Spartans: A True Story", uma série do Disney+ que estreia na quarta-feira (19), uma referência ao nome do primeiro time de prisão que ele montou, os Espartanos. 

A primeira partida aconteceu há 16 anos na Unidade Penal número 48 de San Martin, nos arredores de Buenos Aires. Hoje, o rugby é jogado em 44 prisões na Argentina. Oderigo também ajuda a conectar prisioneiros com ferramentas educacionais e empregos em potencial.

"Na prisão, todos os obstáculos estão lá desde a primeira porta trancada. A verdade é que eu tinha algo pelo qual era apaixonado, que era o esporte", disse Oderigo. 

Oderigo, que também fundou um time de rugby feminino na prisão e, mais tarde, a Espartanos Foundation, descobriu que a agressão controlada e a natureza focada no time do rugby ajudaram a reduzir os níveis de violência nas prisões após as partidas. O esquema também ajudou os prisioneiros a se reintegrarem à sociedade mais tarde.

Os Spartans receberam visitas dos times de rugby da Inglaterra e da Nova Zelândia, que queriam aprender sobre o projeto. Os "All Blacks" até fizeram seu tradicional Haka, a dança que eles realizam antes de cada partida, na prisão.

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