São Paulo rescinde contrato com atacante Pedrinho
Jogador estava afastado do clube desde que foi denunciado por agressão pela ex-namorada, Amanda Nunes
O São Paulo Futebol Clube anunciou na tarde desta sexta-feira (28) que rescindiu o contrato com o jogador Pedrinho. O clube afirma que a decisão foi tomada “após criteriosa e detalhada avaliação” das equipes jurídica e de Compliance da instituição.
O atleta estava afastado desde o começo do mês de março, após sua ex-namorada Amanda Nunes denunciar agressões à Polícia Civil.
À época, o São Paulo afirmou que jamais compactuaria com qualquer tipo de agressão contra a mulher e que tomaria as medidas cabíveis se fossem necessárias.
O jogador chegou a ser inscrito pelo clube na Copa Sul-Americana, mas não atuou.
Em nota (leia íntegra abaixo), Pedrinho afirmou que a decisão de rescindir o contrato “se mostra incompreensível diante da realidade dos fatos”.
“Infelizmente, a rescisão contratual foi baseada em criminoso vazamento seletivo de antigas e editadas mensagens, que desobedeceu à medida judicial existente a meu favor”, alegou o jogador.
“Reitero, mais uma vez, respeitando os limites do segredo de justiça imposto ao caso, que não agredi ninguém, mas, sim, fui agredido, o que, no meu entendimento, me torna apto a exercer minha profissão”, conclui.
Entenda o caso
Um boletim de ocorrência feito por Amanda Nunes, ex-namorada do jogador Pedrinho, do São Paulo Futebol Clube, diz que após os dois reatarem o relacionamento em 2022, o atleta passou a apresentar comportamento violento, com agressões físicas durante as discussões.
Amanda afirmou que durante uma briga, Pedrinho arremessou seu celular contra em sua perna, rasgou sua blusa, jogou suas maquiagens e a bolsa no lixo e terminou o namoro.
Após isso, ela voltou para sua casa e ele foi atrás, a chamando para fazer um lanche. No momento, a vítima pediu para que ele comprasse novas maquiagens.
E, ao entrar no carro, o jogador começou a proferir os seguintes xingamentos: “Você não presta, você é put* como suas amigas, você é um lixo, tem que virar prostitut*, você é pobre, sua família não presta, se você explanar para alguém acabo com sua vida, cadê seu celular, não está com você, que bom, pois assim vou dar um sumiço e te matar e ninguém vai ficar sabendo”.
Depois das palavras, ele começou a desferir socos e tapas no rosto, nas costas, puxões de cabelo nela. Para se defender, Amanda mordeu sua perna. Pedrinho a levou para o estacionamento do prédio e pediu para que eles tivessem relações sexuais. Com a recusa, começou novamente a agredi-lá.
Ela saiu do veículo e foi de volta para sua casa. O atleta a seguiu, disse que tinha ligado para sua mãe e que ela deveria entrar no veículo para levá-la embora.
A vítima não buscou atendimento médico. A polícia informou que ela apresentava sinais visíveis de lesões. Ainda diz que não há testemunhas diretas ou indiretas dos fatos narrados.
Leia a íntegra da nota divulgada pelo São Paulo
“O São Paulo Futebol Clube informa a rescisão de contrato com o atacante Pedrinho. A medida foi tomada pelo Clube após criteriosa e detalhada avaliação realizada pelos departamentos Jurídico e de Compliance, à luz dos fatos conhecidos a respeito do caso envolvendo o jogador.”
Leia a íntegra da nota divulgada por Pedrinho
“Em virtude da injusta rescisão contratual, anunciada pelo São Paulo Futebol Clube, venho a público declarar que a decisão se mostra incompreensível diante da realidade dos fatos.
Desde o dia 3 de março, em comum acordo, eu e o clube entendemos que era melhor demonstrar que, em realidade, fui vítima, o que, recentemente, se concretizou com o deferimento das medidas protetivas a meu favor.
Eu vinha treinando normalmente com o elenco principal. Inclusive, realizei todas as atividades de hoje, junto com os meus companheiros.
Nunca deixei de cumprir minhas obrigações e sempre exerci, com profissionalismo e alto rendimento, meu contrato, aguardando o momento de ser relacionado, novamente, para as partidas.
Infelizmente, a rescisão contratual foi baseada em criminoso vazamento seletivo de antigas e editadas mensagens, que desobedeceu à medida judicial existente a meu favor. Aguardava, como aguardarei, o arquivamento da caluniosa acusação contra mim lançada.
Reitero, mais uma vez, respeitando os limites do segredo de justiça imposto ao caso, que não agredi ninguém, mas, sim, fui agredido, o que, no meu entendimento, me torna apto a exercer minha profissão.”