
João Fonseca simboliza nova onda no tênis mundial, diz CEO da federação
Segundo Ross Hutchins, o brasileiro pode findar com o domínio de Sinner e Alcaraz

Carlos Alcaraz e Jannik Sinner podem ter transformado o tênis masculino em um duopólio nos últimos dois anos ao dominarem os Grand Slams, mas o CEO da Federação Internacional de Tênis (ITF), Ross Hutchins, está convencido de que uma nova onda de desafiantes vai emergir.
Na casa dos 20 anos e apelidados de “Sincaraz”, os dois dividiram novamente os títulos de Majors nesta temporada e se enfrentaram em seis finais, reforçando o domínio na modalidade e simbolizando uma mudança de poder após as aposentadorias de Roger Federer, Rafa Nadal e Andy Murray.
Enquanto Novak Djokovic, de 38 anos, segue como grande ameaça — o único ainda ativo do “Big Four”, grupo que somou 69 títulos de Grand Slam ao longo de duas décadas — é a rivalidade “Sincaraz” que passa a definir uma nova era no esporte.
“É empolgante, não é?”, disse Hutchins à Reuters. “Que história. Toda vez que vemos grandes jogadores chegando ao final da carreira, parece que dois, quatro, seis, oito novos nomes surgem e elevam o nível a outra dimensão”.
“Que campeões históricos tivemos, que jogadores incríveis já vimos. Agora esses dois continuam a se desafiar e alcançar novos patamares. Seus saques melhoram, suas direitas melhoram, seu deslocamento melhora e sua mentalidade melhora. Eles continuam levando o esporte a outro nível, encantando o mundo com tanta empolgação cada vez que entram em quadra. Mas o tênis também tem um grupo sólido vindo atrás deles”.
O sucesso de João Fonseca
Embora o espanhol Alcaraz e o italiano Sinner tenham disparado com 10 Grand Slams somados, Hutchins citou talentos emergentes — como o brasileiro João Fonseca — como prova de que a próxima geração já bate à porta.
Fonseca conquistou seu segundo título de nível ATP em Basel no mês passado e, aos 19 anos, saltou para o top 25 do ranking mundial após iniciar o ano como número 145.
O norte-americano Learner Tien, ainda adolescente, impressionou ao conquistar seu primeiro título em Metz neste mês, assim como o tcheco Jakub Mensik, de 20 anos, que derrotou seu mentor e 24 vezes campeão de Grand Slam, Novak Djokovic, para vencer o Masters 1000 de Miami em março.
“Alcaraz e Sinner criaram uma distância em relação às conquistas, mas há outros jovens jogadores, como [João] Fonseca... Não ficaria surpreso se alguém conseguisse furar essa bolha”, afirmou Hutchins.
“Murray e Djokovic realmente romperam quando Nadal e Federer assumiram o protagonismo. Antes disso, sempre houve alguém que surgisse. Então, não podemos prever o que vai acontecer no ano que vem, mas esses dois [Alcaraz e Sinner] estiveram em chamas nesta temporada — e foi de tirar o fôlego assistir”, finalizou.
(Reportagem de Shrivathsa Sridhar em Bengaluru; Edição de Ken Ferris)


