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      Caio Noronha - Cofundador e CEO do Educbank

      Formado em Economia pela USP e MBA em Finanças pelo Insper, Caio Noronha possui mais de 10 anos de experiência administrativa no mundo corporativo, atuando em empresas como Santander, Ambev e ZX Ventures. Apaixonado por educação, Caio foi um dos idealizadores do Projeto Pé de Meia, iniciativa desenvolvida pelo Clube de Mercado Financeiro em parceria com a FEA-USP, cujo objetivo é fornecer o conhecimento básico sobre educação financeira para a população brasileira.

      A iniciativa atingiu mais de 10 mil alunos em diversos estados pelo país. Atualmente, é cofundador e CEO do Educbank.

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    A hora e a vez da educação básica no empreendedorismo brasileiro

    A educação básica do Brasil precisa elevar a sua qualidade e estar atualizada em um mundo de transformação digital e inovação. Para isso, enxergo que há um grupo motivado que reúne as condições de atingir essa meta: os empreendedores.

    A livre iniciativa foi uma das responsáveis pela ‘primeira revolução educacional’ do Brasil. A retirada da exclusividade estatal e da Igreja Católica no ensino básico em meados do século XIX atraiu entusiastas da educação para o país.

    Um exemplo é Mary Ann Chamberlain, que criou em 1870 um colégio para crianças de classes distintas, com o apoio do marido George Chamberlain. Essa escola deu origem à Universidade Presbiteriana Mackenzie, hoje uma grande rede de ensino privado do Brasil.

    Outros grupos e redes escolares surgiriam na sequência. Atualmente, elas compõem um sistema que abrange cerca de um quinto dos estudantes da educação básica, segundo o último Censo Escolar (2022).

    Assegurar o atendimento a mais de 9 milhões de alunos é o desafio diário de milhares de empreendedores que são mantenedores de escolas privadas pelo Brasil, enfrentando problemas como a inadimplência e a falta de fluxo de caixa. Essas são as principais preocupações de 61% dos mais de 1,5 mil gestores consultados pelo Instituto Educbank.

    Temos visto surgir uma ‘onda’ de empreendedores que, inconformados com uma série de realidades sociais indigestas, têm ‘arregaçado as mangas’ e buscado transformar a sociedade positivamente, seja com apoio na formação continuada, gestão de negócios ou até mesmo, com educação financeira, entre outros.

    Esses são só alguns exemplos da participação dos empreendedores na gestão do ensino.

    A tranquilidade administrativa é fundamental para fazer benfeitorias que ajudam a melhorar a qualidade de ensino. Com mais empreendedores em outras áreas da gestão, temos o potencial de criar uma realidade educacional muito positiva, tanto na esfera pública, quanto na privada

    Nós, no entanto, não devemos ficar só no apoio financeiro, mas incentivar outras inovações que geram qualidade de ensino. Se nos anos 1870 da família Chamberlain estar na vanguarda significava integrar as crianças e jovens de diferentes classes sociais; neste momento é preparar uma geração para a nova economia.

    Aprender habilidades com inteligência artificial e novos sistemas passa por excelência em ensino. O Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), organizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mostra que precisamos evoluir.

    Cerca de 1% dos alunos brasileiros atingiram os níveis mais altos (5 e 6) em matemática e ciências, básicos na transformação digital. O desempenho em leitura também não foi satisfatório: só 2% dos estudantes chegaram a 5 ou 6, menos de um terço da média dos países da OCDE, de 7%.

    Se não queremos desperdiçar mais uma geração, devemos buscar o nosso espaço na educação. É importante aproveitar a conscientização criada pela pandemia da Covid-19 e valorizar os educadores e as escolas, recuperando para eles o protagonismo na transformação social que precisamos.

    Temos uma oportunidade única de cativar ainda mais uma sociedade que ambiciona empreender, como mostra o Search Data do Google. Quem sabe não possamos nos inspirar no Barão de Mauá (1813-1889) e trazer em definitivo a quarta revolução industrial para o Brasil.

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