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Alberto Ono

Alberto Ono- Presidente da Usiminas

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ESG, uma agenda para a perenidade das organizações

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Entre as tantas siglas e palavras de ordem tão comuns no mundo corporativo, uma em especial ganhou lugar de destaque no discurso público das corporações. Há pouco tempo limitada a definir o olhar do mercado financeiro (de capitais) sobre a sustentabilidade empresarial, o termo ESG, sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança, ganhou ainda mais relevância depois de anos recentes marcados por catástrofes globais e locais como a pandemia de Covid-19 e os efeitos cada vez mais nocivos das mudanças climáticas.

Se há poucos anos os grandes temas tratados nessa agenda eram mais comentados pela sua importância crescente nas decisões relacionadas a investimentos, eles agora definem muitos outros caminhos no mapa estratégico das corporações.

Passaram a indicar também solidez, custos mais competitivos, gestão de riscos, melhor reputação e resiliência para enfrentar cenários marcados pela incerteza e vulnerabilidade. A sustentabilidade empresarial é um conceito que se amplia a cada dia e está agora sob escrutínio de toda sociedade por meio de suas múltiplas capacidades de conexões.

Mesmo em empresas como a nossa, que está na base de toda a produção industrial brasileira, já não é mais esperado apenas que se fabrique aço no nível da excelência operacional. As expectativas do cliente, do investidor, das comunidades e dos próprios profissionais qualificados que vão decidir entrar ou permanecer nas companhias hoje, têm muito em comum. Elas passam pela reputação da empresa também nos aspectos ligados ao meio ambiente, à sua atuação social e a valores como ética e transparência.

Hoje, para uma empresa continuar tendo relevância para a sociedade ela precisa gerar cada vez mais impactos positivos para todas as partes com quem se relaciona. Essa é atualmente a principal condição para a permanência de qualquer empreendimento ao longo dos anos.

Por fatores históricos, tivemos a oportunidade de ver nascer junto com nossas operações a cidade de Ipatinga, em Minas Gerais, que hoje, passadas seis décadas, se posiciona entre as mais desenvolvidas em indicadores econômicos e sociais do país, o que já marca uma atuação social – especialmente nas áreas de saúde, educação e cultura – referência na região do Vale do Aço.

E temos dado passos importantes no avanço de uma sólida agenda ESG na nossa indústria. Especialmente empresas como a Usiminas, com milhares de colaboradores diretos e indiretos e equipes majoritariamente masculinas, precisam empreender uma jornada sem linha de chegada, mas com metas claras e objetivas em diferentes frentes.

Como tantas outras indústrias do país, temos investido em frentes que vão da redução das emissões a um sólido programa de diversidade e inclusão.

Os resultados já podem ser sentidos nas melhorias apontadas em pesquisas de clima interno, no relacionamento com diferentes stakeholders e em reconhecimentos externos. Mais recentemente cito a entrada no Índice de Sustentabilidade Empresarial 2023, o ISE da B3, a bolsa de valores brasileira, que reúne na atual edição 69 companhias de diferentes segmentos da nossa economia.

É assim que precisamos e queremos ser vistos: empresas responsáveis na produção de riqueza, no relacionamento com a sociedade e com o meio ambiente. Só assim seremos capazes de continuar gerando valor para as atuais e futuras gerações.

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