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    • Carolina Utimura
      Carolina Utimura - CEO da Eureca

      Foi presidente executiva e vice-presidente de Comunicação da Confederação Brasileira de Empresas Juniores, representando mais de 20 mil universitários em todo país. Foi conselheira fundadora do Pacto da Juventude pelos ODS e Delegada Brasileira no Y20 Tokyo, Fórum de Juventude dos países do G20. Está na Eureca desde 2018, onde já foi diretora comercial, COO e, atualmente, ocupa o cargo de CEO e sócia.

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    Geração Z é realmente a mais desafiadora para se trabalhar?

    Não é difícil, ao caminharmos por eventos corporativos e escritórios, ouvirmos diversas reclamações sobre o perfil da Geração Z. “Querem tudo para ontem”, “Acham que vão ser CEO em 3 anos”, “São difíceis de engajar” e por aí vai…

    Essa generalização do perfil é vista na pesquisa recente da ResumeBuilder.com, que apontou que líderes acreditam que a geração Z é a mais difícil de lidar.

    Entretanto, o que realmente me surpreendeu foi que a geração preferida de se trabalhar é a Millennial, somando mais de 40% das primeiras menções. A surpresa é que não faz muito tempo que essa geração era fortemente criticada, especialmente pelo julgamento do seu narcisismo, com a emblemática capa da Times Magazine com o título “Me Me Me Generation”, há exatos dez anos!

    Entretanto, será que isso tem a ver com as características específicas de cada geração ou com as diferenças das nossas fases de vida e como convivemos com elas?

    Os jovens da Geração Z estão passando por um momento específico da vida –curiosamente, o mesmo que os Millennials passavam quando foram rotulados– que é a entrada na faculdade e no mercado de trabalho, ou seja, a idade em que estamos cheios de expectativas e ansiedades.

    • “Na faculdade vou estudar só o que eu realmente gosto. Tudo que vou ver vai mesmo me preparar para o mercado!”
    • “Vou começar a trabalhar, ganhar meu dinheiro e ser mais independente!”
    • “Vou trabalhar com o que eu gosto e nem vou sentir!”

    Mas a realidade não é bem assim. E, com isso, há uma quebra de expectativa gigante. Principalmente, porque existe essa falácia de “ame seu trabalho e você não irá trabalhar nem um dia”. E como os mais experientes já sabem: infelizmente, o trabalho nunca será 100% perfeito.

    Óbvio, o nosso emprego pode ser prazeroso, significativo, relevante e, até mesmo, fazer bem para o mundo! Mas sempre haverá dias difíceis, tarefas que não são tão interessantes, pessoas que não são tão fáceis de lidar… É necessário entender essa realidade e afinar as pretensões.

    É preciso saber que as empresas sempre terão que viver um pouco dessa quebra de expectativa e que os líderes precisarão saber como ajudar os jovens a amadurecer. O papel da liderança é a chave nesse momento, até porque, os líderes já passaram por todo esse processo e caberá a eles ensinar o “caminho das pedras” para os seus liderados da GenZ.

    Do outro lado, as gerações que vieram antes da Z, principalmente os Millennials (que agora estão assumindo, cada vez mais, cargos de liderança), cresceram vendo os pais sofrerem com um mercado de trabalho muito duro, às vezes enfrentando problemas de saúde mental e crises no trabalho.

    Fomos criados pelo “caminho da dor” e, quando sofremos com essa dor, temos a máxima: “não quero que outras pessoas sofram o que eu sofri”.

    De fato, esse comportamento duro já não cabe nos dias de hoje, nós temos conhecimento suficiente para modernizar a nossa gestão de pessoas. Porém, causar essa frustração (lê-se alinhar expectativas e ajustar pretensões) é essencial no amadurecimento da vida profissional.

    Não podemos evitar que as pessoas que estão iniciando a carreira se frustrem às vezes, mas também não queremos vê-los passar pelo “caminho da dor”. Logo, o papel de um verdadeiro líder é saber dosar os dois pontos!

    Precisamos aprender a conduzir conversas difíceis: escolhendo uma comunicação individualizada para aquela pessoa, se preocupando com o contexto desse jovem… Será que ele não está performando no trabalho, porque está acontecendo alguma coisa na sua família? Será que há um problema de relacionamento no trabalho? Dentre tantos outros pontos que precisamos colocar na conta, para entender qual a melhor forma de dizer o que aquele jovem precisa ouvir. Generalizar nos afasta do indivíduo.

    No fim do dia, estamos falando com alguém que quer crescer, mas ainda não sabe como. Porém, com uma comunicação não violenta, transparente, honesta e que demonstre cuidado podemos abrir esses caminhos.

    Conseguiremos fazer essas conversas, que podem ser desconfortáveis, de uma forma que os jovens entendam o que está sendo dito e que isso possa aumentar o nível de confiança entre líder e liderado. Com isso, se eles frustram e mesmo assim persistem em evoluir e continuar, caminharão para o processo de amadurecer.

    É assim que podemos criar um forte pipeline de sucessão dentro de nossas empresas. E, sem dúvidas, com um melhor exemplo de liderança para quando chegar a vez desse jovem receber as próximas gerações!

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