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    • Celso Niskier Diretor presidente da ABMES
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    • Celso Niskier Diretor presidente da ABMES

      Celso Niskier é diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e reitor do Centro Universitário UniCarioca

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    opinião

    Mais um (triste) retrato da desigualdade brasileira

    Imagem ilustrativa de jovens em busca de trabalho
    Imagem ilustrativa de jovens em busca de trabalho
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    Desigualdade é uma marca do Brasil. Há décadas estamos entre as nações mais desiguais do planeta e não é novidade que o cenário é ainda mais intenso entre os grupos da população insistentemente negligenciados em direitos e oportunidades, como pretos e mulheres.

    A equidade ainda é um sonho distante, seja social, racial, econômica ou de gênero. Uma questão histórica e cultural que precisa ser superada em toda a sua extensão. Mas e quando a lupa é colocada sobre um grupo de pessoas que, teoricamente, estão no mesmo nível de conhecimento e de maturidade profissional?

    É inegável a diferença de bagagem sociocultural que cada estudante carrega quando ingressa na educação superior. Entretanto, ao longo de 4 ou 5 anos de formação, todos têm acesso aos mesmos recursos e informações. Em tese, o diploma passa a ser o ponto de corte positivo para conquistar um posto de trabalho em um mercado.

    Sendo assim, todos os recém-formados passariam a ter as mesmas oportunidades, certo? Errado.

    O Índice ABMES/Symplicity de Empregabilidade 2023 (IASE) mostra que, desde o início da carreira profissional, mulheres e pessoas pretas têm mais dificuldade de conseguir um trabalho e, quando conseguem, recebem salários menores. Os dados mostram que os homens têm maior empregabilidade (82,2%) em comparação às mulheres (74,1%). Eles também recebem mais: a remuneração média dos homens (R$ 5.120) é 40% superior das profissionais femininas (R$ 3.658).

    No recorte de raça, os brancos têm tido mais empregabilidade (81%) e maior renda média (R$ 4.642) em comparação aos demais. A maior distância está no grupo de pretos, em que 63% atuam na área de formação e tem salários médios de R$ 3.288, valor 30% menor que os brancos.

    Vale lembrar que todos os entrevistados para a pesquisa são recém-formados, ou seja, concluíram suas graduações há, no máximo, um ano e meio. Portanto, é difícil pensar que existem outras razões que justifiquem resultados tão discrepantes que não seja a discriminação com mulheres e pretos.

    Não podemos seguir tratando como iguais aqueles que são vistos de forma desigual pelo mercado de trabalho. É preciso elaborar políticas públicas que promovam maior empregabilidade e renda para mulheres e negros. Os dados do IASE 2023 são um excelente ponto de partida para estruturar ações e projetos nesse sentido.

    O IASE surgiu em 2022 com o propósito de monitorar a receptividade do mercado de trabalho aos egressos das instituições particulares de educação superior (IES). Com os dados, as IES assumem o compromisso de oferecer profissionais cada vez mais preparados e capazes de contribuir para a economia e a sociedade brasileiras. O que não corresponde à atualidade, e precisam ser coibidas, são atitudes discriminatórias. Seja no trabalho ou em qualquer outra esfera social, não há mais espaço para preconceito e discriminação.

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