Milhares protestam em Paris contra 'passe da Covid' exigido em lugares públicos
Visitantes de museus, cinemas ou piscinas precisam comprovar que foram vacinados contra a doença ou que tiveram um teste negativo recente

Milhares de pessoas protestaram em Paris e outras cidades francesas neste sábado (31) contra a adoção de um passe obrigatório do coronavírus que passou a ser exigido no país para a entrada em uma ampla variedade de locais públicos. Os manifestantes feriram três policiais em Paris, disse um porta-voz da polícia.
Os visitantes que vão a museus, cinemas ou piscinas tiveram a entrada proibida se não puderem apresentar o passe de saúde que comprove que foram vacinados contra Covid-19 ou tiveram um teste negativo recente.
Foi o terceiro fim de semana consecutivo em que as pessoas que se opunham às novas medidas conta a Covid-19 determinadas pelo governo do presidente Emmanuel Macron saíram às ruas, numa demonstração incomum para uma época do ano em que muitas pessoas estão concentradas em tirar as férias de verão.
"Estamos criando uma sociedade segregada e acho inacreditável fazer isso no país dos direitos humanos", disse Anne, uma professora que estava se manifestando em Paris. Ela se recusou a dar seu sobrenome. "Por isso, saí às ruas; nunca protestei antes na minha vida. Acho que a nossa liberdade está em perigo."
O Parlamento aprovou uma nova lei esta semana que tornará a vacinação obrigatória para profissionais de saúde e estenderá a exigência de passe de saúde a bares, restaurantes, feiras, trens e hospitais.
A polícia estimou que cerca de 13.500 pessoas se manifestaram nas ruas de Paris, disse outro porta-voz.
Cerca de 3.000 policiais foram posicionados na capital, com policiais antimotim se esforçando para manter os manifestantes nas rotas autorizadas.
As autoridades procuraram evitar uma repetição dos eventos da semana passada, quando eclodiram brigas entre a polícia e os manifestantes na Champs-Elysees.
Os manifestantes também estiveram em outras cidades como Marselha, Lyon, Montpelier, Nantes e Toulouse, gritando "liberdade!" e "não ao passe de saúde!".