William Waack

Após ameaça de anexação, palestinos denunciam "punição coletiva"

Ministro da Defesa de Israel disse que país poderia ocupar permanentemente partes do enclave

Da CNN Brasil
Palestinos entre destroços no norte de Gaza 17/2/2025  • Reprodução/REUTERS/Mahmoud Issa
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O ministro da Defesa de Israel prometeu nesta sexta-feira (21) anexar partes da Faixa de Gaza caso o Hamas não entregue os reféns que seguem em cativeiro.
Israel Katz divulgou um documento em que exige que o grupo palestino liberte as dezenas de reféns que seguem no enclave -- vivos ou mortos. Se o grupo não aceitar as condições, o ministro da defesa israelense promete anexar partes do território palestino, expulsando a população civil da faixa de fronteira com Israel.

O gabinete de Benjamin Netanyahu quebrou o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos no início desta semana e os ataques já deixaram mais de 500 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave.

Caso a promessa de anexação seja cumprida, seria a segunda vez que Israel toma o controle sobre o território. A primeira ocupação começou em 1967, quando a Faixa de Gaza ainda fazia parte do Egito. E só terminou em 2005.

A conquista territorial por meio da força e o deslocamento forçado da população civil são crimes de guerra. Assim como, pelo lado do Hamas, a manutenção de reféns, a tortura e a execução de prisioneiros.

Nesta sexta-feira, moradores de gaza relataram que já não são mais capazes de decidir pra onde ir e caracterizaram a ofensiva israelense como uma punição coletiva a todo o povo palestino.

“A guerra pela qual estamos passando não é uma guerra normal. Numa guerra normal, o embate deveria ser entre dois exércitos. E nós, civis, deveríamos estar a salvo, isolados do perigo junto com as nossas famílias. Mas a guerra a qual estamos expostos é uma guerra de fome, uma guerra de morte, de destruição. E uma guerra que destruiu as pessoas, as árvores, as crianças, as mulheres, as casas”, afirmou um palestino à agência Reuters.