William Waack

Aprovação de corte de impostos aumenta incertezas sobre economia americana

"Big Beautiful Bill" deve elevar dívida pública dos EUA em US$ 3 trilhões em dez anos

Mariana Janjácomo, da CNN, Washington, DC
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O pacote prevê a extensão de cortes de impostos adotados em 2017 que expirariam no final do ano. O Escritório de Orçamento do Congresso afirma que o projeto deve aumentar a dívida dos Estados Unidos em US$ 3,4 trilhões.

A medida também aumenta os gastos com Defesa e segurança das fronteiras e prevê o maior corte em décadas na rede de Seguridade Social do país. A elevação da dívida e o corte nos benefícios preocupam; por isso o pacote foi aprovado com uma margem estreita.

Dois republicanos se juntaram à oposição e votaram contra a medida. O partido de Trump poderia perder no máximo três votos para que o projeto avançasse. Antes, no Senado, passou graças ao voto de minerva do vice-presidente americano, JD Vance.

Trump só conseguiu aprovar o pacote após uma série de articulações para convencer senadores e deputados do próprio partido. Na Casa Branca, ele passou a véspera da votação da Câmara em ligações telefônicas e recebendo republicanos. O presidente limpou a agenda de demais compromissos só para isso.

Além dos trilhões de dólares que devem ser acrescentados à dívida americana, aumenta agora também a preocupação de economistas com o déficit da balança comercial. Em maio, a elevação foi de 18,7% e chegou aos US$ 71,5 bilhões.

No mercado doméstico, as contratações em junho superaram as expectativas, com a geração de 147 mil postos de trabalho, o que levou a uma leve queda na taxa de desemprego, de 4,2% para 4,1%.

É neste cenário que aumenta a pressão por parte da indústria para que Trump relaxe medidas contra imigração - imigrantes em situação irregular correspondem a cerca de 5% de toda a força de trabalho americana.

Mesmo com emprego em alta, a inflação, se mantém controlada. O principal índice usado pelo Federal Reserve, o Banco Central Americano, fechou em 2,3%, próximo da meta de 2% ao ano. Donald Trump critica o presidente do FED, Jerome Powell, dizendo que é hora de baixar os juros. Powell diz que os juros já teriam caído, não fosse justamente o tarifaço de Trump.//