Autor húngaro vence Nobel de Literatura por obra que reafirma poder da arte

Segundo organização, trabalho de Laszlo Krasznahorkai é “convincente e visionário em meio ao terror apocalíptico”

Da Reuters
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O escritor húngaro Laszlo Krasznahorkai ganhou o Prêmio Nobel de Literatura de 2025, nesta quinta-feira (9), anunciou a entidade que concede a premiação na quinta-feira.

“O Prêmio Nobel de Literatura de 2025 é concedido ao autor húngaro László Krasznahorkai por sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”, disse Mats Malm, Secretário Permanente da Academia Sueca, ao anunciar o prêmio.

Nascido em Gyula, Hungria, em 1954 — dois anos antes da Revolução Húngara, que foi brutalmente reprimida pela União Soviética — Krasznahorkai já havia dito que cresceu “numa situação difícil e num país onde uma pessoa amaldiçoada com uma sensibilidade estética e moral aguçada como eu simplesmente não consegue sobreviver”.

Apelidado pela falecida ensaísta americana Susan Sontag de “mestre contemporâneo do apocalipse”, os romances de Krasznahorkai — frequentemente ambientados em aldeias trêmulas da Europa Central — retratam moradores em busca de significado em símbolos espalhados por um mundo sem Deus.

O prêmio do ano passado foi conquistado pela autora sul-coreana Han Kang, que se tornou a 18ª mulher — a primeira foi a autora sueca Selma Lagerlof em 1909 — e a primeira sul-coreana a receber o prêmio.

 

Os vencedores anteriores do prêmio literário de 11 milhões de coroas suecas (US$ 1,2 milhão) incluem o poeta e ensaísta francês Sully Prudhomme, que conquistou o primeiro prêmio, o romancista e contista americano William Faulkner em 1949, o primeiro-ministro britânico da Segunda Guerra Mundial Winston Churchill em 1953, o turco Orhan Pamuk em 2006 e o ​​norueguês Jon Fosse em 2023.

Instituídos pelo testamento do inventor da dinamite e empresário sueco Alfred Nobel, os prêmios por realizações em literatura, ciência e paz são concedidos desde 1901.

Ao longo dos anos, as escolhas feitas pela Academia Sueca atraíram tanto ira quanto aplausos.

Em 2016, a premiação do cantor e compositor americano Bob Dylan gerou críticas de que sua obra não era propriamente literatura, enquanto o prêmio do austríaco Peter Handke também foi alvo de críticas em 2019.

Handke compareceu ao funeral, em 2006, do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, visto por muitos como responsável pela morte de milhares de albaneses étnicos no Kosovo e pelo deslocamento de quase 1 milhão de outros durante uma guerra brutal travada por forças sob seu controle em 1998–99.

Os premiados também foram acusados, no passado, de esnobismo, de preconceito antiamericano e de ignorar alguns dos gigantes da literatura, incluindo o russo Lev Nikolayevich Tolstoy, o francês Emile Zola e o irlandês James Joyce.

*Com informações da CNN americana