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    Autoridade dos EUA diz que negociações sobre cessar-fogo em Gaza progrediram

    Alto funcionário afirmou que ainda há discussões a serem feitas sobre "detalhes finais"

    Jim SciuttoJennifer Hanslerda CNN

    Os negociadores que estão trabalhando para chegar a um acordo de cessar-fogo em Gaza e pela libertação de reféns israelenses tiveram progressos no fim de semana, de acordo com um alto funcionário dos Estados Unidos familiarizado com as conversas no Cairo, capital do Egito.

    Os mediadores discutiram “detalhes finais” de um potencial acordo, incluindo os nomes de prisioneiros que seriam trocados como parte do pacto.

    Embora tal progresso não garanta um acordo final tão cedo, os negociadores na capital egípcia estão discutindo pontos básicos, afirmou o responsável.

    Os mediadores trabalharam durante meses para suprir as exigências do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e do Hamas.

    Os pontos de discórdia restantes, embora significativos, não são vistos como potenciais empecilhos, opinou o funcionário.

    Uma questão é a presença de militares israelenses no lado de Gaza da fronteira com o Egito, uma área conhecida como o corredor da Filadélfia. O Hamas opõe-se ao desejo de Israel de manter tropas no país na fase inicial de um acordo de cessar-fogo.

    O funcionário dos EUA disse que a proposta atual exige uma retirada militar israelense de “áreas densamente povoadas” em Gaza, e que o debate em andamento está focado sobre quais partes do corredor da Filadélfia se qualificam como densamente povoadas ou despovoadas, onde as Forças de Defesa de Israel manterão presença na primeira fase de um potencial acordo.

    No entanto, a delegação negociadora do Hamas deixou o Cairo no domingo (25), reiterando publicamente a exigência do grupo de que qualquer acordo deve incluir “um cessar-fogo permanente, uma retirada completa da Faixa de Gaza, a liberdade de regresso dos residentes às suas áreas, ajuda e reconstrução, e um sério acordo de troca”.

    O funcionário dos EUA alegou que, apesar dos comentários públicos do grupo palestino, “os negociadores acreditam que o Hamas pode ser mais flexível sobre presença israelense durante a primeira fase de um acordo”.

    O acordo proposto envolve um “enorme aumento de ajuda humanitária”, bem como o compromisso de remover os escombros e iniciar a reconstrução, para trazer “alívio para os habitantes de Gaza”, segundo o responsável americano.

    Os negociadores dos EUA esperam que o líder do Hamas, Yahya Sinwar, receba uma cópia da última proposta nos próximos dias. Devido à dificuldade de comunicação com ele, o momento exato não é claro.

    Uma segunda autoridade dos EUA disse que as conversas no Cairo foram “construtivas e conduzidas com o espírito de que todas as partes chegariam a um acordo final e implementável”, e que as conversas continuariam nos próximos dias para “abordar melhor as questões remanescentes e detalhes”.

    Na quinta-feira (22), os EUA e o Egito reuniram-se com Israel para tentar diminuir as lacunas restantes e esclarecer questões no texto da proposta de transição, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto. Os EUA e o Egito reuniram-se bilateralmente na sexta-feira (23) para discutir e preparar as conversações de alto nível durante o fim de semana.

    No sábado (24), o Catar e o Egito reuniram-se com altos representantes do Hamas e analisaram detalhadamente cada parágrafo da proposta para identificar quaisquer questões restantes ou a serem esclarecidas, destacou a fonte.

    Contexto de desconforto regional

    O fato das conversas de negociações no Cairo terem prosseguido no domingo, apesar da troca massiva de tiros entre Israel e o grupo libanês Hezbollah (apoiado pelo Irã) durante o fim de semana, proporcionou uma certa sensação de alívio.

    Alguns oficiais dos EUA e de Israel acreditam que o ataque do Hezbollah, que foi em grande parte neutralizado pelas forças israelenses, elimina a pressão que o Hamas esperava exercer sobre Israel para novas concessões.

    A pressão para selar um acordo aumenta em um contexto de fome severa, escassez de água, deslocamentos em massa e doenças em Gaza, causados ​​pela guerra de Israel contra o Hamas na Faixa. Os ataques israelenses em Gaza mataram pelo menos 40.435 palestinos e feriram outras 93.534 pessoas, conforme informações do Ministério da Saúde local.

    Os militares israelenses lançaram ataques aéreos e terrestres em Gaza depois do Hamas ter atacado o sul de Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e raptando mais de 250, segundo autoridades israelenses. Há 109 reféns israelenses detidos em Gaza, incluindo 36 que se acredita estarem mortos, de acordo com dados da assessoria de imprensa do governo israelense.

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