Biden emite regras para restringir acesso da China à tecnologia de microchip
Medida reduz componentes tecnológicos para vários setores econômicos, mas tem como alvo a fabricação de sistemas de armas avançados
Nos Estados Unidos, o governo de Joe Biden impôs nesta sexta-feira (7) novas ações projetadas para restringir o acesso da China à tecnologia exigida para a fabricação e as operações de seu poder militar.
A ação do Departamento de Comércio aplica novos controles de exportação para restringir o acesso da China a chips de computação avançados, sua capacidade de desenvolver e manter supercomputadores e fabricar semicondutores.
A medida reduz componentes tecnológicos críticos para vários setores econômicos, mas tem como alvo mais agudo a fabricação de sistemas de armas avançados.
“Nossas ações protegerão a segurança nacional e os interesses da política externa dos EUA, ao mesmo tempo em que enviarão uma mensagem clara de que a liderança tecnológica dos EUA envolve valores e inovação”, disse Thea D. Rozman Kendler, secretária assistente de Comércio para administração de exportação, em comunicado.
A ação dos EUA é a mais recente salva de uma competição geopolítica em constante escalada que se tornou cada vez mais tensa durante o mandato do presidente Joe Biden. Mas a escala das restrições ressalta um novo estágio agressivo nos esforços dos EUA para combater – ou bloquear completamente – elementos críticos do poder militar em rápida expansão da China.
Biden passou seu tempo no cargo apontando regularmente os avanços econômicos e de segurança nacional da China como uma característica animadora da abordagem política abrangente de seu governo.
Apesar da familiaridade de Biden com o presidente chinês Xi Jinping desde seu tempo como vice-presidente, o relacionamento bilateral tem estado em um caminho constante de deterioração ao longo do ano passado.
Como as vias de cooperação – e, em alguns casos, até mesmo conversas – foram praticamente congeladas, as autoridades dos EUA têm se engajado intensamente na identificação e implantação de ferramentas para defender a tecnologia e o conhecimento econômico dos EUA, ao mesmo tempo em que enfraquecem os avanços da China.
As novas regras exigirão licenças para as empresas exportarem as tecnologias específicas para entidades chinesas identificadas como trabalhando contra os interesses de segurança nacional dos EUA. O movimento abrangente concentra-se agudamente nos semicondutores, que estão no centro de uma corrida global para aumentar a capacidade de fabricação e a participação de mercado devido à sua necessidade nos setores econômicos e de segurança nacional.
Autoridades dos EUA veem as tecnologias direcionadas como componentes críticos em toda a infraestrutura militar da China, abrangendo tudo, desde sistemas autônomos e a capacidade de melhorar a velocidade e o acesso do planejamento e logística até a produção de armas de destruição em massa.
Alan Estevez, subsecretário de Comércio para Indústria e Segurança, disse que as ações refletem o que é visto como a “estrela do norte” em sua abordagem.
Essa abordagem, Estevez deixou claro em sua declaração, “é garantir que estamos fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para proteger nossa segurança nacional e impedir que tecnologias sensíveis com aplicações militares sejam adquiridas pelos serviços militares, de inteligência e de segurança da República Popular da China”.