Bombardeiro B-1 dos EUA voa perto da costa da Venezuela; Trump nega

Aeronave chegou a pouco mais de 80 quilômetros do território continental venezuelano

Avery Schmitz e Natasha Bertrand, da CNN
Compartilhar matéria

Um bombardeiro B-1 Lancer dos Estados Unidos voou perto da costa da Venezuela nesta quinta-feira (23).

A aeronave apareceu pela primeira vez nos painéis de rastreamento de voo a sudoeste da área de Dallas Fort Worth por volta das 4h30 (horário do leste) da manhã desta quinta.

No ponto em que mais se aproximou do país sul-americano, o bombardeiro ficou a pouco mais de 80 quilômetros do território continental venezuelano.

Cerca de nove horas depois, dados de voo de código aberto mostraram o bombardeiro reaparecendo por cerca de 15 minutos na região de informação de voo da Venezuela – uma área onde o controle de tráfego aéreo é fornecido pelas autoridades venezuelanas.

No entanto, não ficou imediatamente claro se o avião entrou no espaço aéreo venezuelano.

Trump nega voo de bombardeiro

Durante evento nesta quinta, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou que o governo americano enviou bombardeiros B-1 para uma área próxima à Venezuela.

Ao ser perguntado por uma repórter se os EUA enviaram as aeronaves para perto do país sul-americano para aumentar a pressão militar, ele negou e afirmou que isso é "falso", mas alertou que não está feliz com a Venezuela.

"Não estamos felizes com a Venezuela, por várias razões. As drogas são uma delas, mas eles também enviaram seus prisioneiros para o nosso país por anos sob a administração Biden. Não mais, temos fronteiras fechadas", alegou.

A CNN entrou em contato com o Departamento de Defesa para obter comentários.

Aumento da tensão entre EUA e Venezuela

A notícia do voo do bombardeiro ocorre em meio ao aumento da tensão entre os dois países, após o envio de navios de guerra americanos para o Caribe.

Os Estados Unidos dizem ser parte de uma campanha de combate ao narcotráfico, mas a Venezuela teme que seja, na verdade, para uma mudança de regime.

Nas últimas semanas, os EUA realizaram vários ataques letais contra barcos na costa caribenha que, segundo eles, traficavam narcóticos.

Na quarta-feira (22), Nicolás Maduro afirmou que seu país mobilizou 5 mil mísseis antiaéreos Igla-S de fabricação russa em "posições-chave de defesa aérea".

Esses são mísseis de curto alcance e baixa altitude que podem abater pequenos alvos aéreos, como mísseis de cruzeiro, drones e aeronaves de baixa altitude.

Embora os bombardeiros B-1s possam voar a altitudes de até 18 mil metros, eles também podem operar a até 60 metros acima do solo.