“Buraco para o Inferno”: o que a China espera obter ao cavar poço com mais de 10 mil metros de profundidade
Objetivo da perfuração é a exploração científica, expandindo o conhecimento sobre áreas profundas do planeta ainda não estudadas
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Vista aérea de trabalhadores do petróleo segurando uma bandeira no campo petrolífero de Tarim, no deserto de Taklimakan, no condado de Shaya, em 9 de março de 2023 na prefeitura de Aksu, região autônoma de Xinjiang Uygur, na China. Um poço de petróleo no Tarim Oilfield foi perfurado a 9.396 metros em 9 de março, quebrando o recorde do poço de petróleo horizontal mais profundo da Ásia.
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Arte mostra como será o processo de perfuração. Equipamentos, incluindo brocas e tubos com peso superior a 2 mil toneladas penetrarão profundamente na Terra, em mais de 10 estratos continentais, incluindo o sistema Cretáceo
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Vista aérea de um poço de petróleo de Tarim Oilfield no deserto de Taklimakan, no condado de Shaya, em 9 de março de 2023 na prefeitura de Aksu, região autônoma de Xinjiang Uygur, na China • Tan Hui/VCG via Getty Images
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Trabalhadores de petróleo seguram uma faixa no campo petrolífero de Tarim, no deserto de Taklimakan, no condado de Shaya, em 9 de março de 2023 na província de Aksu, região autônoma de Xinjiang Uygur, na China • Tan Hui/VCG via Getty Images
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Um engenheiro inspeciona a operação da máquina de perfuração no projeto de um poço de mais de 10.000 metros de profundidade para exploração científica na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China, em 30 de maio de 2023 • Xinhua/Li Xiang
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Um engenheiro inspeciona a operação da máquina de perfuração no projeto de um poço de mais de 10.000 metros de profundidade para exploração científica na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China, em 30 de maio de 2023 • Xinhua/Li Xiang
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Foto tirada em 30 de maio de 2023 mostra o projeto de perfuração de um poço de mais de 10.000 metros de profundidade para exploração científica na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China • Xinhua/Li Xiang
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Funcionários inspecionam as instalações em uma estação de coleta dentro do campo de petróleo e gás de Shunbei, operado pela China Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec) no deserto de Taklimakan em 4 de janeiro de 2023 na província de Aksu, região autônoma de Xinjiang Uygur da China • VCG/VCG via Getty Images
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Projeto de perfuração de um poço de mais de 10 mil metros de profundidade para a exploração científica na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China • Li Xiang/Xinhua
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Equipamento para a perfuração do primeiro poço da China com mais de 10.000 metros de profundidade para exploração científica • Global Link
A China começou a perfurar o primeiro poço do país com mais de 10 mil metros de profundidade para exploração científica na última semana, na Bacia de Tarim, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste do país.
A operação representa um marco na exploração chinesa de terra profunda, proporcionando uma oportunidade sem precedentes para estudar áreas do planeta nas profundezas da superfície.
Nas redes sociais, o projeto foi apelidado de “buraco para o inferno”.
O planejamento prevê alcançar profundidade de 11.100 metros, com conclusão em 457 dias.
Se o plano for cumprido, ele será o segundo poço em área continental no mundo a atingir uma profundidade vertical de mais de 10 mil metros, batendo também o recorde de perfuração mais rápida do mundo para um poço deste tamanho.
A perfuração teve início na terça-feira (6), às 11h46, no horário local, no interior do deserto de Taklimakan, o maior da China. A Bacia de Tarim é uma das áreas mais difíceis de explorar devido ao solo áspero e condições subterrâneas complicadas.
“Referindo-se às 13 dificuldades de engenharia na perfuração, como alta temperatura, alta pressão, espessura da camada de cascalho, espessura da camada de sal e danos no revestimento, coeficiente de pressão de água salgada e alto teor de enxofre, a Bacia de Tarim ocupa a primeira posição no mundo em termos dessas sete dificuldades de classe mundial”, disse Sun Jinsheng, acadêmico da Academia Chinesa de Engenharia, à CCTV.
“A dificuldade de construção do projeto de perfuração pode ser comparada a um grande caminhão dirigindo em cima de dois cabos de aço finos”, adicionou Jinsheng.
Brocas e tubos de perfuração pesando mais de 2 mil toneladas são utilizadas, devendo passar por mais de dez “camadas continentais”.
“O sucesso do poço abrirá novas áreas de pesquisa para nós” e “nos fornecerá informações valiosas e difíceis de obter sobre a evolução da Terra”, disse Hao Fang, acadêmico da Academia Chinesa de Ciências à CCTV.
Tecnologia de ponta e potencial para petróleo
Está sendo utilizada no processo a primeira plataforma de perfuração AC VFD de 12 mil para poços extraprofundos do mundo, desenvolvida de forma independente pela PetroChina, a maior empresa de petróleo e gás do país.
Para Wang Chunsheng, especialista técnico envolvido na operação, essa é uma tentativa ousada de exploração para expandir os limites do conhecimento.
E, mesmo com todas as dificuldades relacionadas à perfuração, a Bacia do Tarim possui amplas perspectivas para exploração adicional de petróleo e gás.
Há ricos recursos geológicos de petróleo escondidos abaixo de 8 mil metros de profundidade. A estimativa é que a quantidade seja equivalente a 9 bilhões de toneladas de petróleo — mais da metade de todo o recurso ultraprofundo do país.
(Publicado por Marina Toledo, com informações da Agência Xinhua e da CCTV, estatais de notícias da China)