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    Caracas e outras regiões da Venezuela relatam apagão; governo fala em “sabotagem”

    Interrupção afetou pelo menos 13 regiões, incluindo Carabobo e Aragua, de acordo com postagens nas redes sociais e com a equipe da Reuters no local.

    Vivian SequeraMayela Armasda Reuters , em Caracas

    A capital da Venezuela, Caracas, e grande parte do resto do país ficaram sem energia na manhã desta sexta-feira (30), disse o governo, culpando sabotagem da oposição pelo apagão, sem fornecer nenhuma prova.

    O presidente Nicolás Maduro, que está envolvido em uma disputa com a oposição sobre o resultado da eleição presidencial de 28 de julho, frequentemente culpa seus rivais políticos pelos “ataques” à rede elétrica, acusações que a oposição sempre negou.

    A energia elétrica começará a retornar em breve, começando pela capital, disse o ministro do Interior, Diosdado Cabello, à televisão estatal pouco antes das 10h, horário local (11h, horário de Brasília), reiterando as alegações do governo sobre um ataque.

    “Começará a chegar aos poucos em todo o país, com protocolos de segurança”, disse Cabello.

    Todos os 24 estados do país relataram uma perda total ou parcial do fornecimento de eletricidade, disse Freddy Ñáñez, ministro da comunicação e informação, na televisão estatal.

    “Fomos vítimas mais uma vez de sabotagem elétrica”, ele disse. Ele não deu nenhuma evidência de um ataque deliberado.

    Ñáñez também culpou a sabotagem por uma série de apagões menores que afetaram alguns estados na terça-feira.

    Um porta-voz da oposição não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

    Em Caracas, trabalhadores se reuniram do lado de fora de prédios de escritórios na Plaza Venezuela, no centro.

    “Não sabemos quanto tempo isso vai durar”, disse o faxineiro Bartolo Polanco, que chegou de ônibus de sua casa na cidade satélite de Guarenas e estava esperando do lado de fora com colegas.

    “Estamos esperando a instrução do nosso chefe para ir para casa se não pudermos trabalhar”, disse ele.

    O padeiro Alejandro Rondon, 25, disse que a máquina de pagamento com cartão ainda estava funcionando e que ele estava vendendo o que podia.

    “Não podemos fazer nada hoje porque os fornos não estão funcionando. Meu medo é pelo fermento, que precisa estar frio”, disse ele.

    Os serviços de metrô da cidade foram interrompidos e substituídos por mais de 250 ônibus, disse o ministro dos Transportes, Ramon Velasquez.

    O apagão também atingiu algumas operações da estatal petrolífera PDVSA, incluindo sua menor refinaria, a El Palito, com capacidade de 146 mil barris por dia, e a sede da empresa em Caracas, disseram fontes próximas às operações.

    O maior complexo de refino da PDVSA, Paraguana, não foi afetado.

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