Chefe da ONU diz que mundo enfrenta "crise global"

António Guterres falou que países agem com "sensação de impunidade" e que acreditam que podem fazer o que quiserem

Jared Hillel e Mussab Al-Khairalla, da Reuters
Secretário-geral da ONU António Guterres
Secretário-geral da ONU António Guterres  • REUTERS
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Em um discurso na sede da ONU (Organização das Nações Unidas) na quarta-feira (17), o secretário-geral António Guterres alertou que o mundo enfrenta "uma crise global" devido a inúmeros conflitos e países agindo com "sensação de impunidade".

"Os conflitos se multiplicam em um contexto em que as divisões geopolíticas não permitem uma abordagem eficaz. Há uma sensação de impunidade. Cada país acredita que pode fazer o que quiser", disse o chefe da ONU.

Na próxima semana, líderes mundiais se reunirão em Nova York, nos Estados Unidos, para a Assembleia Geral da ONU.

"Precisamos que os líderes venham aqui e mudem a situação; que venham aqui e entendam que a cooperação internacional é vital em um momento como este; que venham aqui e façam as negociações de mediação que são necessárias para pelo menos criar esperança de paz em algumas das situações que estamos enfrentando”, acrescentou Guterres.

Austrália, Bélgica, Grã-Bretanha, Canadá e França se comprometeram a reconhecer formalmente um Estado palestino, embora alguns tenham estabelecido condições.

“Acredito que a esmagadora maioria dos países do mundo reconhece o direito do povo palestino à autodeterminação, reconhece que deve haver um Estado palestino", disse Guterres. Ele acrescentou que isso enviará "a mensagem muito clara" de que "a carnificina" em Gaza tem que acabar.

O presidente americano, Donald Trump, discursará na Assembleia Geral na terça-feira (23).

Ele pediu o corte do financiamento americano à ONU, interrompeu o envolvimento dos EUA com o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, estendeu a suspensão do financiamento à agência de ajuda humanitária palestina UNRWA e renunciou à agência cultural da ONU e Unesco.