COP30

Chefe da ONU: É hora de garantir que COP30 não fracasse

Guterres incentivou "road map" para redução do uso de petróleo

Teo Cury e Vinícius Murad, da CNN Brasil, em Belém
O secretário geral das Nações Unidas, Antonio Guterres participa de uma coletiva de imprensa sobre as negociações para finalizar o documento final da COP30  • Antonio Scorza/COP30
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou nesta quinta-feira (20), durante coletiva de imprensa na COP30, em Belém, que "é hora de garantir que a conferência não fracasse".

Entre as principais divergências nas negociações da COP, está o chamado "road map" para redução dos combustíveis fósseis. Guterres endossou a proposta e incentivou "ousadia" dos líderes globais para reduzir drasticamente o consumo dos fósseis, apostar nas energias renováveis e "mostrar vontade e flexibilidade para transmitir resultados que protejam as pessoas e mantenham o limite [do aquecimento global] de 1,5 graus".

"Obviamente, um dos problemas essenciais são os combustíveis fósseis representarem 80% das emissões. Não há solução para os problemas se não houver transição justa para energias renováveis", disse.

O secretário-geral da ONU também falou sobre outro impasse central da COP30: financiamento para medidas de adaptação. "Considero possível e desejável triplicar o financiamento para adaptação até 2030.

E espero sinceramente que seja possível encontrar um consenso em que os países desenvolvidos aceitem se comprometer com esses objetivos e, ao mesmo tempo, que suas preocupações com a mitigação também sejam atendidas pela COP", afirmou.

Guterres revelou que atuou ativamente em conversas com países sobre os principais assuntos em debate na conferência. "Conversei com a grande maioria desses países e eles pareceram dispostos a se envolver com o financiamento da adaptação, tendo como preocupação legítima que isso seja equilibrado pelo progresso nos principais aspectos da mitigação", disse.

Sobre a reta final das negociações, o secretário-geral considerou legítimas as preocupações, de países desenvolvidos, sobre metas mais ambiciosas de redução das emissões de gases do efeito estufa. "Acordos só serão possíveis se levarmos em conta as preocupações daqueles que consideram que a adaptação precisa de volumes de recursos substanciais e aqueles que consideram que de pouco valerá apoiar a adaptação se as emissões continuarem a crescer", afirmou Guterres.