Colapso de mina de ouro na Venezuela deixa mortos e soterrados, dizem autoridades

Região onde ocorreu o acidente é afetada há muito tempo pela mineração ilegal de ouro e outros minerais

Manuel Cobela, Sahar Akbarzai e Stefano Pozzebon, da CNN
Ponto indicando La Paragua, cidade na Venezuela onde ocorreu colapso de mina de ouro
Ponto indicando La Paragua, cidade na Venezuela onde ocorreu colapso de mina de ouro  • Google Maps
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O colapso de uma mina de ouro localizada em La Paragua, estado de Bolívar, na Venezuela, deixou pelo menos 30 mortos e 100 pessoas soterradas, confirmou à CNN o prefeito da cidade, Yorgi Arciniega, através de um telefonema.

Chamada Bulla Locacerca, a mina fica a cerca de 750 quilômetros a sudeste de Caracas.

O desabamento, que ocorreu em uma zona de difícil acesso, às 15h de terça-feira (20), no horário local, informou a autoridade, que acrescentou que as equipes de socorro estão na área.

Edgar Colina Reyes, secretário de Segurança Cidadã do Estado Bolívar, por sua vez, disse à CNN que, até o momento, só conseguiu confirmar duas mortes e dois feridos, enquanto aguardava novos dados devido à dificuldade de chegar ao local.

Colina destacou que espera chegar à área do desabamento para apurar o número de mortos e poder dar declarações mais precisas.

Bolívar, uma região florestal no sudeste da Venezuela, é afetada há muito tempo pela mineração ilegal de ouro e outros minerais.

Nos últimos anos, a atividade mineira informal, muitas vezes controlada por grupos criminosos, se expandiu em grande escala, atingindo o território do Parque Nacional Canaima, um território na fronteira entre a Venezuela e o Brasil.

La Paragua fica a cerca de 60 quilômetros dos limites deste parque.

Deslizamento no final de 2023

Em 8 de dezembro de 2023, uma mina de ouro desabou na Paraíba de San José de Wadamapa, na Gran Sabana, deixando pelo menos 10 mortos, informou na época a secretaria de Segurança Cidadã do estado de Bolívar, mesmo estado onde o ocorreu o colapso da mina Bulla Loca.

O número oficial de mortes, no entanto, contradiz o publicado pela organização não governamental SOS Orinoco, que afirma que o número é de 18. A ONG condenou o que considera ser uma atividade perigosa devido às condições de trabalho e aos equipamentos utilizados.

Segundo a entidade, outro acidente semelhante ocorreu no dia 12 de novembro, mas nesse caso foram registrados apenas feridos. Desta vez, acrescentou o SOS Orinoco em seu relato no X, “um barranco de 10 metros desabou na mesma mina: pelo menos 18 venezuelanos e indígenas morreram e 3 brasileiros ficaram feridos”.

A publicação da SOS Orinoco vem acompanhada de um vídeo que mostra como algumas pessoas movimentam os corpos de várias pessoas.

*com informações de Ivonne Valdés, da CNN