Combates e escassez deixam 2º maior hospital de Gaza fora de serviço
Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul, ainda abrigava dezenas de pacientes que sofriam de ferimentos de guerra e do agravamento da crise de saúde
Os combates, a escassez de combustível e os ataques israelenses colocaram o segundo maior hospital da Faixa de Gaza completamente fora de serviço neste domingo, disseram autoridades de saúde locais e da ONU, enquanto Israel lutava contra militantes do Hamas no devastado enclave palestino.
O Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul, ainda abrigava dezenas de pacientes que sofriam de ferimentos de guerra e do agravamento da crise de saúde em Gaza, mas não havia energia nem pessoal suficiente para tratar todos eles, disseram autoridades.
“Está completamente fora de serviço”, disse à Reuters o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qidra.
“Há apenas quatro equipes médicas — 25 funcionários — atualmente cuidando dos pacientes dentro das instalações”, acrescentou.
Os hospitais de Gaza têm sido um ponto focal da guerra de quatro meses entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, que controla o território sitiado.
Israel invadiu instalações médicas alegando que o Hamas mantém armas e reféns em hospitais. O Hamas nega. A comunidade internacional afirma que os hospitais, que são protegidos pelo direito internacional, devem ser protegidos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) instou Israel a conceder acesso ao hospital ao seu pessoal.
“Tanto ontem como anteontem, a equipe da @OMS não foi autorizada a entrar no hospital para avaliar as condições dos pacientes e as necessidades médicas críticas, apesar de ter chegado ao complexo hospitalar para entregar combustível”, disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, nas redes sociais.
Os militares israelenses disseram que suas forças especiais estavam operando dentro e ao redor do Hospital Nasser, que mataram dezenas de militantes palestinos e apreenderam uma grande quantidade de armas nos combates em Gaza no último dia.
A guerra começou quando o Hamas enviou combatentes a Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas, a maioria civis, e fazendo 253 reféns, segundo registros israelenses.
(Reportagem de Nidal al-Mughrabi no Cairo, Ari Rabinovitch em Jerusalém; Texto de John Davison)