Índia e Paquistão recuam de escalada em conflito: o que se sabe até agora

Cessar-fogo foi anunciado na manhã deste sábado (10)
Sophia Saifi e Rhea Mogul, Jessie Yeung, da CNN
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Após um dia intenso de combates que ameaçava sair do controle, a Índia e o Paquistão concordaram inesperadamente com um cessar-fogo imediato, interrompendo os piores combates em décadas entre os vizinhos com armas nucleares.

Embora os Estados Unidos tenham reivindicado a autoria do acordo, ainda há dúvidas sobre como ele foi alcançado — e se ele durará.

Veja abaixo os últimos acontecimentos.

Anúncio de cessar-fogo

A interrupção dos combates foi anunciada inicialmente pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou em uma publicação nas redes sociais que o acordo foi firmado após uma noite de mediação americana.

Índia e Paquistão logo confirmaram o anúncio de Trump, afirmando que o cessar-fogo entrou em vigor às 17h, horário de Nova Délhi (8h30, horário de Brasília).

O secretário de Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, não mencionou o envolvimento dos EUA ao anunciar o acordo, e uma declaração indiana afirmou que o acordo foi negociado "diretamente" entre os dois países, contradizendo a afirmação de Trump.

Apesar disso, uma fonte do governo paquistanês familiarizada com as negociações disse à CNN que os EUA — e o Secretário de Estado Marco Rubio em particular — desempenharam um papel crucial para que ambos os lados chegassem a um acordo.

No início deste sábado, o Paquistão afirmou que a Índia havia atingido várias de suas bases militares com mísseis, aos quais o Paquistão respondeu com seus próprios ataques às bases indianas. A intensidade desses combates torna o acordo de cessar-fogo da tarde ainda mais extraordinário.

Futuras negociações

Rubio, que passou a noite falando ao telefone com ambos os lados, afirmou que a Índia e o Paquistão também concordaram "em iniciar conversas sobre um amplo conjunto de questões em um local neutro".

O governo indiano, no entanto, afirmou em um comunicado que nenhuma decisão foi tomada para manter conversas "sobre qualquer outra questão em qualquer outro lugar", e o Paquistão ainda não confirmou os planos. O secretário de Relações Exteriores da Índia disse que os diretores-gerais de operações militares dos dois países devem se reunir novamente na segunda-feira (12).

Não surpreende que esses rivais estejam oferecendo relatos divergentes sobre como o cessar-fogo foi acordado. A Índia, que se considera uma superpotência em ascensão, há muito tempo resiste à mediação internacional, enquanto o Paquistão tem se mostrado mais aberto a ela, dizem analistas. Agora que os combates cessaram, ambos os lados provavelmente querem moldar suas percepções sobre o que conquistaram e como terminaram.

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