Conheça curiosidades sobre a Abadia de Westminster
Igreja em Londres já foi o cenário de coroações, casamentos e funerais da realeza britânica
A Abadia de Westminster é uma grande igreja localizada em Londres, integrada à sede do Parlamento Britânico e situada próxima ao famoso Big Ben. O local é conhecido por ter marcado momentos importantes para a monarquia, como a coroação do rei Charles III, o casamento do príncipe William e Kate Middleton e o funeral da rainha Elizabeth II.
A construção da Abadia data de 960 d.C., sendo um dos monumentos mais antigos do Reino Unido e uma obra-prima arquitetônica. Seu padroeiro é Santo Eduardo, o Confessor, que foi rei da Inglaterra entre os anos de 1042 a 1066. O rei Eduardo foi sucedido por Haroldo II, ainda em 1066, que foi morto nove meses depois e sucedido pelo rei William I.
Inicialmente, no terreno onde hoje fica a igreja, havia apenas um pequeno mosteiro que pertencia aos monges beneditinos. O rei Eduardo então decidiu ampliá-lo em homenagem ao apóstolo São Pedro, construindo uma pequena parte da Abadia que conhecemos atualmente.
Porém, quem a modernizou foi o rei Henrique III cerca de 200 anos depois, com a conclusão das obras em 1269.
Mesmo que na aparência a Abadia tenha características clássicas de uma catedral, com elementos da arquitetura gótica e a realização frequente de missas, ela não é administrada pela Igreja Católica, e sim, da Igreja da Inglaterra, da qual o rei britânico ocupa o papel simbólico de líder.
Esse fato classifica a construção como um “Royal Peculiar”, um local de culto que está sob autoridade do monarca.
Coroações na Abadia de Westminster
A Abadia de Westminster foi o cenário de todas as coroações do império britânico desde 1066, quando Guilherme, o Conquistador, recebeu a coroa na mesma igreja onde o rei antecessor (Eduardo, o Confessor) foi sepultado.
Desde então, todos os monarcas mantiveram essa tradição e foram coroados na Abadia, com exceção dos reis Eduardo V, em 1483, e Eduardo VIII, em 1936, que abdicaram do trono.
A rainha Elizabeth II foi coroada em 2 de junho de 1953, cinco meses após a morte do pai, o rei George VI. A cerimônia reuniu as principais autoridades britânicas da época e representantes de países estrangeiros -- os integrantes da Commonwealth. O evento também foi transmitido no rádio para o mundo inteiro e pela televisão pela primeira vez.

Já o atual rei Charles III foi coroado em 6 de maio de 2023, quase 70 anos depois da coroação da mãe. O próximo na linha de sucessão ao trono britânico é seu filho primogênito, o príncipe William.

Funerais e Túmulos
Há cerca de 3.300 pessoas enterradas na Abadia de Westminster, incluindo 30 reis e rainhas, além de figuras notáveis da história do Reino Unido, como o físico Isaac Newton, conhecido por formular a lei da gravidade; o naturalista Charles Darwin, que propôs a teoria da evolução; e a escritora Jane Austen, autora do livro Orgulho e Preconceito.
Quando a rainha Elizabeth II faleceu, o funeral foi realizado em dois lugares: no Westminster Hall, no Parlamento britânico, onde o público pode se despedir e prestar homenagens durante cinco dias. Depois, um cortejo levou o caixão até a Abadia de Westminster. Na igreja, a cerimônia foi restrita a autoridades e representantes de governos estrangeiros.

Na Abadia também está enterrado o corpo do Guerreiro Desconhecido, um soldado britânico não identificado que morreu durante a Primeira Guerra Mundial.
O túmulo foi criado em 1920 como forma de homenagear todos os soldados do país que morreram em combates, e é considerado um dos memoriais de guerra mais importantes do Reino Unido.
Tradição dos casamentos reais
A Abadia de Westminster já foi o cenário de 16 casamentos da realeza britânica. A tradição se consolidou em 1919 com o casamento da princesa Patricia de Connaught, neta da rainha Vitória, e do almirante Alexander Ramsay.
Em 1923, quatro anos depois, o rei George VI celebrou a união na Abadia com Lady Elizabeth Bowes-Lyon, a Rainha Mãe. Ao mesmo tempo, outra tradição foi estabelecida naquele ano: após a cerimônia, a noiva depositou o buquê no túmulo do Guerreiro Desconhecido.
Desde então, vários integrantes da família real, que se casaram na Abadia ou em outros lugares, também enviaram buquês para o túmulo, incluindo a princesa Diana, que se casou com o rei Charles III na Catedral de St. Paul's.
Já em 1947, a rainha Elizabeth II se casou com o tenente Philip Mountbatten, marcando o período pós-guerra para o Reino Unido com essa grande celebração.
O casamento mais recente na Abadia de Westminster foi o do príncipe William e Kate Middleton, que celebraram a união em abril de 2011.

Memórias preservadas
Além dos túmulos de pessoas importantes para a história do Reino Unido, a Abadia de Westminster também tem duas áreas dedicadas a outras figuras notáveis: o Canto dos Poetas e as estátuas na porta oeste da igreja.
No Canto dos Poetas, mais de 100 poetas e escritores britânicos possuem memoriais dedicados à sua homenagem. Geoffrey Chaucer foi o primeiro a ser enterrado e receber um memorial no local, no ano de 1400. Ele era conhecido por seus serviços como escrivão das obras do rei.
Nos anos seguintes, figuras como William Shakespeare, Oscar Wilde, Charles Dickens e Lewis Carroll foram homenageados na Abadia. Os administradores decidem quem recebe um memorial no Canto dos Poetas com base no mérito, o que envolve muita pesquisa.
Em 1998, estátuas de 10 respeitáveis figuras foram adicionadas sobre a porta oeste da Abadia. Diferente dos memoriais, essas imagens de mármore não são restritas a pessoas de origem britânica.
Entre elas, estão o ativista e líder político Martin Luther King Jr. e Dietrich Bonhoeffer , um teólogo alemão que foi executado pelo envolvimento em uma conspiração para assassinar Hitler.

É possível ver esses e os demais locais históricos espalhados pela Abadia através de um tour online disponibilizado pelo site oficial da igreja.