Crianças morrem em posto de saúde após ataque israelense na Faixa de Gaza

Uma organização humanitária americana disse que as vítimas aguardavam tratamento para casos de "desnutrição, infecções e doenças crônicas"

Abeer Salman, Jeremy Diamond e Ibrahim Dahman, da CNN
Ataque na Faixa de Gaza
  • Reuters
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Um ataque israelense matou 15 pessoas, incluindo mulheres e crianças, reunidas em uma fila em um posto de saúde na cidade de Deir Al Balah, no centro de Gaza, nesta quinta-feira (10).

Segundo da equipe médica do Hospital dos Mártires de Aqsa, 8 pessoas eram crianças. A mais nova tinha dois anos, enquanto a mais velha tinha 14.

Em imagens obtidas pela CNN, várias crianças foram vistas imóveis e outras pareciam feridas em meio ao som de gritos. Outro vídeo mostrou várias crianças sendo socorridas uma carroça após os ataques.

O exército israelense afirmou que tinha como alvo um militante do Hamas que participou dos ataques do grupo contra Israel em 7 de outubro de 2023.

“As (Forças de Defesa de Israel) estão cientes de relatos sobre vários feridos na área. O incidente está sob análise. Lamentamos qualquer dano a indivíduos não envolvidos e estão trabalhando para minimizar os danos ao máximo”, afirmou o exército israelense em um comunicado à CNN.

 

O diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza afirmou que o ataque ocorreu perto de um centro médico que distribui fórmula infantil para mulheres.

O Projeto HOPE, uma organização humanitária americana, afirmou que o ataque ocorreu “bem em frente” a uma de suas clínicas de saúde, onde pessoas aguardavam tratamento para “desnutrição, infecções, doenças crônicas e outras doenças”.

O CEO da organização, Rabih Torbay, disse à CNN que a localização da clínica havia sido compartilhada com o exército israelense. “Era um local sem conflitos”, disse Torbay.

O Dr. Mohammed Abu Mughaisib, coordenador médico adjunto de MSF para a Palestina, disse que esta não é a primeira vez que instalações de saúde são atacadas direta ou indiretamente.

Em declarações à CNN de Al Mawasi, no sul de Gaza, Mughaisib enfatizou que não houve melhora no acesso à ajuda e aos medicamentos.

“Todos os dias, centenas de pessoas são mortas e feridas quando vão (aos pontos de distribuição de ajuda) buscar seus kits ou pacotes de alimentos”, disse ele.

O coordenador afirmou ainda que a população de Gaza está “totalmente exausta, destruída e cansada”, afirmando que “esperança é realmente uma palavra frágil em Gaza”.

Israel intensificou seus ataques e expandiu uma operação terrestre em partes de Gaza, enquanto negociadores em Doha continuam as negociações para libertar reféns, estabelecer uma trégua temporária e permitir a entrada de mais ajuda humanitária na região.