Democratas e Republicanos têm disputa acirrada por maioria do Congresso após primeiros resultados
Batalha pelo controle da Câmara e Senado está se resumindo a um número cada vez menor de disputas, com os democratas frustrando as esperanças republicanas de uma onda vermelha e ambos os partidos com esperanças de conquistar maiorias estreitas
A batalha pelo controle do Congresso dos EUA – tanto da Câmara quanto do Senado – está se resumindo a um número cada vez menor de corridas-chave, com os democratas frustrando as esperanças dos republicanos de uma onda vermelha e ambos os partidos com esperanças de conquistar maiorias estreitas.
Projeções da CNN até a publicação desta matéria indicam que os Republicanos têm 201 cadeiras na Câmara dos Deputados, contra 182 dos Democratas. Ao todo, são 435 cadeiras.
No Senado, 35 das 100 cadeiras estão em votação. Sobre o controle da Casa, as projeções indicam até o momento 49 assentos para os Republicanos e 48 para os Democratas. Se terminar empatado em 50 a 50, a vice-presidente Kamala Harris dá o voto de desempate.
Os republicanos começaram a noite com um resultado importante na Flórida, onde o governador Ron DeSantis venceu em regiões fortemente latinas, historicamente democratas, enquanto caminhava para uma vitória esmagadora que poderia servir como plataforma de lançamento para uma corrida presidencial de 2024.
Mas, nas horas que se seguiram, os democratas reagiram. Na Pensilvânia, o vice-governador democrata John Fetterman derrotou o republicano Mehmet Oz pelo assento do senador republicano Pat Toomey – revertendo uma cadeira que pode ser decisiva na disputa pela maioria da Casa.
Enquanto isso, a batalha pela maioria na Câmara – que favoreceu os republicanos, que esperavam se beneficiar da alta inflação, tendências históricas e novas definições de distritos – permanece instável.
Aqui estão algumas conclusões importantes, pois os votos continuam a ser contados nas principais corridas:
Os democratas tem um longo caminho para proteger sua maioria no Senado:
Os republicanos não se intimidaram com a importância da corrida para o Senado na Pensilvânia: “Esta é uma corrida obrigatória. Acreditamos que, se vencermos na Pensilvânia, conquistaremos a maioria”, disse Steven Law, presidente do proeminente super PAC do Senado Republicano. No início da manhã desta quarta-feira (9), a CNN projetou que Fetterman seria o próximo senador da Pensilvânia, derrotando Oz na campanha do Senado mais cara e de alto risco do país. A vitória de Fetterman foi um estrondo para os democratas.
Democratas e subúrbios:
As áreas suburbanas em todo o país ajudaram muito os democratas a evitar uma onda vermelha significativa. Os republicanos ainda podem ganhar a Câmara, mas se a eleição de 2022 fosse uma onda vermelha, era provável que viesse através de vitórias suburbanas que ainda não se materializaram.
Os republicanos conseguiram algumas vitórias suburbanas – a CNN projetou Brandon Ogles como vencedor em um distrito ao redor de Nashville, Tom Kean Jr. vencendo em um distrito suburbano de Nova Jersey e Rich McCormick como vencedor em um distrito que incluía os subúrbios do norte de Atlanta – mas foram suas derrotas que falou muito sobre o tamanho da onda GOP.
Outro membro do comitê que investiga a invasão do Capitólio perde:
Luria, membro do comitê seleto da Câmara que investiga o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio, perdeu seu assento na Câmara em Virginia Beach, projetou a CNN. Ela havia derrotado o ex-deputado do Partido Republicano Scott Taylor em 2018 e 2020. Mas o distrito se tornou um terreno um pouco mais favorável para os republicanos no redistritamento: Biden levou a disputa anterior por 5 pontos e teria perdido o novo distrito por 2 pontos.
DeSantis e 2024:
O governador Ron DeSantis liderou uma chapa republicana dominante na Flórida – entregando margens históricas em território democrata em sua vitória sobre o deputado democrata Charlie Crist em uma noite que lhe fornece um argumento poderoso se ele buscar a indicação presidencial do Partido Republicano em 2024.
As vitórias fáceis de DeSantis, que liderava por quase 20 pontos percentuais com 92% dos votos estimados contados, e do senador Marco Rubio, que tinha 17 pontos a mais, foram suficientes para colocar em dúvida o status da Flórida como referência nacional.
O Partido Republicano obtém ganhos com os latinos na Flórida:
Os republicanos esperavam aproveitar as incursões de Trump entre os eleitores latinos em 2020, uma tendência que poderia reformular os cenários políticos em vários estados decisivos se continuar.
O sinal inicial mais forte de que o Partido Republicano continuou a obter ganhos veio no condado de Miami-Dade, lar de uma grande população cubana. Mas levará um tempo para avaliar completamente se esses ganhos do GOP ocorrem fora da Flórida.
Vitória pelo direito ao aborto:
Em Michigan, a governadora democrata Gretchen Whitmer – que apostou em sua campanha de reeleição em seus esforços bem-sucedidos para impedir a aplicação da lei estadual de 1931 que proíbe o aborto em quase todos os casos – derrotou o desafiante republicano Tudor Dixon, que havia feito uma campanha focado em batalhas culturais. Os eleitores de Michigan também aprovaram uma emenda apoiada por Whitmer à constituição do estado que eliminará a lei de 1931 e garantirá o direito ao aborto. Eleitores na Califórnia e em Vermont também aprovaram emendas constitucionais que consagram o direito ao aborto.