Embaixada pede para brasileiros no Irã atualizarem dados em meio a conflito

Autoridades orientam comunidade a permanecer em casa por segurança após ofensiva aérea lançada por Israel

Léo Lopes, da CNN, em São Paulo
Prédio atingido por ataque israelense em Teerã  • 13/6/2025 Wana via REUTERS
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Os brasileiros que vivem no Irã foram orientados a atualizarem seus dados por e-mail junto à embaixada em Teerã, em meio a escalada de ataques entre o país e Israel.

Um brasileiro que vive na capital iraniana há mais de uma década e pediu para falar sob a condição de anonimato relatou à CNN que a comunicação no país "está quase inviável" desde o início da ofensiva israelense, na noite de quinta-feira (12).

Ele afirma que o aplicativo de mensagens Telegram tem sido a melhor alternativa para os brasileiros se comunicarem neste momento.

A embaixada do Brasil em Teerã orientou a comunidade brasileira no país a permanecer em casa por segurança devido à possibilidade de novos bombardeios.

Pelas estimativas do governo federal, cerca de 150 brasileiros vivem atualmente no Irã.

A CNN entrou em contato com o Itamaraty para comentar e aguarda retorno.

Mais cedo, o Itamaraty emitiu um alerta consular no qual recomenda que brasileiros não viajem para o Oriente Médio.

Os brasileiros que já estão na região foram orientados a tomar as seguintes precauções:

  • ⁠Acompanhar os sites e mídias sociais das embaixadas brasileiras na região e seguir suas orientações;
  • Seguir as recomendações de segurança das autoridades locais;
  • Evitar multidões e protestos;
  • Monitorar a mídia local;
  • Não deixar seus locais de residência sem se certificarem de que as condições de segurança o permitem;
  • Caso seu voo tenha sido cancelado, procurar a companhia aérea para remarcação dos bilhetes;
  • Verificar se seus documentos de viagem estão em dia e com ao menos seis (6) meses de validade.

Saiba o que aconteceu

Israel lançou um ataque sem precedentes contra o Irã na manhã desta sexta-feira (13), visando o centro do programa nuclear do país e altos líderes militares.

O Irã iniciou sua retaliação logo em seguida, aumentando novamente os temores de um conflito mais amplo no Oriente Médio, enquanto países ao redor do mundo pedem a ambos os lados que reduzam a tensão.

Como foi o ataque

Israel utilizou 200 caças em seu ataque, lançando mais de 330 “munições diversas” e atingindo mais de 100 alvos em todo o Irã, segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF na sigla em inglês).

O ataque está em andamento, informou a IDF — com uma fonte militar afirmando à CNN Internacional anteriormente: “Este não é um ataque de um dia”.

Alvos iranianos

A ofensiva teve como alvo os principais líderes militares do Irã, assim como cientistas nucleares de alto escalão, conforme uma fonte de segurança israelense.

A maior instalação de enriquecimento de urânio do Irã, a instalação nuclear de Natanz, foi atingida — mas não houve nenhum aumento nos níveis de radiação detectado, afirmou o órgão de vigilância nuclear da ONU.

Retaliação iraniana

Teerã respondeu disparando mais de 100 drones em direção ao território israelense, segundo as Forças de Defesa de Israel. As IDF afirmaram que as defesas israelenses estavam trabalhando para interceptar os drones.

Reações globais

Países ao redor do mundo, incluindo Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia, expressaram alarme — com alguns criticando os ataques israelenses como uma escalada.

A maioria está instando os dois países a reduzir a tensão e manter a estabilidade na região.