Equipe de Milei pede que cédulas de votações anteriores sejam aceitas em eleições
Cédulas das primárias e do primeiro-turno serão aceitas neste domingo (19); Javier Milei e Sergio Massa disputam o segundo turno
A equipe do candidato ultralibertário à presidência da Argentina, Javier Milei, pediu ao órgão eleitoral que as cédulas de votação utilizadas nas eleições primárias realizadas em agosto sejam aceitas na contabilização dos votos deste domingo (19).
“Recebemos informação de diferentes distritos do país, fundamentalmente da província de Buenos Aires e do Chaco, que indicam que existe uma grande quantidade de cédulas circulando em escolas que correspondem com as aprovadas por nossa Aliança nas eleições primárias”, expressa o documento enviado pela equipe da coalizão La Libertad Avanza e obtido pela CNN Brasil.
Com sistema eleitoral em papel, os argentinos escolhem a cédula de seu candidato dentro da cabine de votação, colocam em um envelope, que logo depositam na urna, diante dos mesários.
Temendo não encontrar cédulas do seu candidato na cabine, chamada de “quarto escuro” na Argentina, alguns eleitores trazem cédulas de casa. As utilizadas no primeiro turno já serão aceitas pela Justiça Eleitoral.
“Combinamos com os fiscais do outro candidato que quando contabilizamos os votos, se houver cédulas das primárias, que identificamos pela data e pela descrição de “pré-candidato” em vez de candidato, vamos considerar como votos válidos”, afirma Ana Paula Vázquez, que fiscaliza a votação em um centro eleitoral da Recoleta, na capital argentina.
Ex-fiscal da coalizão da direita moderada Juntos por el Cambio, ela passou a fiscalizar os votos para Milei, seguindo o pedido do partido da ex-candidata Patricia Bullrich, que após a derrota no primeiro turno passou a apoiar Milei.
“O que vale é a intenção do votante”, expressou Patricio Pérez Maneiro, fiscal da União pela Pátria no mesmo centro eleitoral de Vázquez, confirmando que considerará as cédulas antigas. Segundo os fiscais, no entanto, a decisão final sobre a validez dos votos é da Justiça Eleitoral, que realiza o escrutínio final da eleição.