“Eu faria de novo”, diz deputado dos EUA que interrompeu discurso de Trump
Democrata que já ocupa a cadeira há 11 mandatos foi removido após gesticular com a bengala contra o presidente
O deputado democrata Al Green disse que “sofrerá as consequências” de sua interrupção do discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Congresso e que “faria tudo de novo”.
“Não estou bravo com o orador. Não estou bravo com os oficiais. Não estou chateado com os integrantes que vão levar as moções de resoluções para sanção. Sofrerei as consequências”, disse Green aos repórteres nesta quarta-feira (5).
“Mas devo acrescentar isto: o que fiz foi do meu coração. As pessoas estão sofrendo. E eu estava falando sobre o Medicaid (plano de seguro saúde dos EUA). Eu não disse apenas que você não tem um mandato. Eu disse que você não tem um mandato para cortar o Medicaid“, ele acrescentou.
O deputado republicano Daniel Newhouse apresentou formalmente uma resolução de censura contra Green, que foi removido pelo sargento de armas da Câmara dos EUA após se levantar e gritar durante os minutos iniciais do discurso de Trump ao Congresso.
Falando no plenário da Câmara, Newhouse disse que estava buscando punição contra Green — uma condenação formal antes considerada rara na Câmara — por suas “numerosas interrupções” do discurso do presidente.
Autoridades da Câmara esperam que a medida seja privilegiada, o que lhe daria poderes processuais especiais que exigem que ela receba uma votação no plenário dentro de dois dias legislativos.
Os republicanos esperam que a votação ocorra nesta quarta, mas ainda não foi decidida, de acordo com pessoas familiarizadas com os planos.
Green disse que não falou com a liderança democrata da Câmara sobre seu protesto durante o discurso de Trump. Ainda não está claro como o líder da minoria da Câmara, Hakeem Jeffries, lidará com a votação da resolução contra Green.
“Aceitarei as sanções, sejam elas quais forem. Mas serei sincero. Eu faria de novo. Eu faria de novo”, Green acrescentou.
