Europa ultrapassa 75 milhões de casos da Covid-19 em meio à variante Ômicron

Hospitais de alguns países do continente já estão sobrecarregados pelo aumento de números de casos da doença

Da Reuters
Análise de laboratório
Mais de 15 países já relataram casos confirmados da nova variante  • Getty Images
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A Europa ultrapassou 75 milhões de casos da Covid-19, nesta sexta-feira (3), de acordo com uma contagem da Reuters. Enquanto o continente se prepara para a nova variante Ômicron do coronavírus em um momento em que hospitais de alguns países já estão sobrecarregados.

Mais de 15 países na Europa relataram casos confirmados da nova variante, que abalou os mercados financeiros. A agência de saúde pública da União Europeia disse na quinta-feira (2) que a Ômicron pode ser responsável por mais da metade de todas as infecções por Covid-19 na Europa em poucos meses.

Mesmo antes da descoberta do Ômicron, a Europa era o epicentro da pandemia, com 66 em cada 100 novas infecções por dia provenientes de países europeus, de acordo com uma análise da Reuters.

O leste europeu tem 33% do total de casos notificados e cerca de 53% do total de mortes notificadas na Europa, representando 39% da população do continente.

O Reino Unido relatou até agora o maior número total de casos de coronavírus na região, seguido pela Rússia, França e Alemanha.

Os dados da Reuters mostram que o ritmo da pandemia acelerou na segunda metade de 2021. A Europa relatou a maior média diária, com 359.000 novos casos na segunda metade do ano, em comparação com os cerca de 241.000 por dia na primeira metade.

Demoraram 136 dias para a região europeia passar de 50 milhões de casos para 75 milhões, em comparação com 194 dias necessários para passar de 25 para 50 milhões, enquanto os primeiros 25 milhões de casos foram notificados em 350 dias.

Para lidar com esse aumento, vários governos europeus impuseram limites à atividade, variando do bloqueio total da Áustria, ao bloqueio parcial na Holanda e restrições aos não vacinados em partes da Alemanha, República Tcheca e Eslováquia.

A hesitação vacinal é um fenômeno global, mas especialistas dizem que os países da Europa central podem ser particularmente céticos, décadas depois que o colapso do regime comunista corroeu a confiança pública nas instituições estatais.

Na Letônia, um dos países menos vacinados da União Europeia, os corpos no necrotério acabaram empilhados uns sobre os outros, sem serem procurados por dias, enquanto parentes lutavam em filas em cemitérios para enterrá-los.

Os hospitais na República Tcheca, onde apenas 62% da população recebeu pelo menos uma dose, estão sobrecarregados com o número de pacientes com Covid-19.

A Força Aérea da Alemanha transferiu pacientes com Covid-19 de hospitais completos para outros dentro do país usando "Unidades de Terapia Intensiva (UTI) aéreas".

Na Ucrânia, onde apenas 30% receberam pelo menos uma primeira dose, o número médio de mortes pela doença por dia bateu recordes recentemente.