Ex-vice-presidente do Paraguai, Oscar Denis é sequestrado
Informação foi confirmada pelo Ministério do Interior do país

O ex-vice-presidente do Paraguai, Oscar Denis, foi sequestrado na região de Concepción, a cerca de 400 km da capital, confirmou o Ministério do Interior do país nesta quarta-feira (9).
O ministro Euclides Acevedo Candía disse que todos os organismos de segurança do Estado estão mobilizados para tentar encontrá-lo.
Para ele, há clara conotação política no caso. "É um homem que participou de todos os aparatos produtivos da República, de prestígio no estado [de Concepción, onde já foi governador]. Por isso, seu desaparecimento tem grande conotação política".
De acordo com as autoridades, até o momento os sequestradores não se manifestaram pedindo resgate.
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Junto de Denis, também foi levado Adelio Mendoza, de 21 anos, indígena da etnia Paí Tavyterá.
Para Acevedo, o caso pode ser uma demonstração de força do EPP (Exército do Povo Paraguaio). Panfletos do grupo armado foram encontrados dentro do carro de Denis.
"O fato de ter sido encontrado um panfleto que não diz nada, mas que é um panfleto padrão, é presumível que seja o EPP o responsável por esta situação. O panfleto foi encontrado com uma fotografia que tem relação com a Brigada Indígena do EPP", afirmou.
O ministro disse ainda que, por Denis ter hipertensão e necessidade de insulina diariamente, estão focados em encontrá-lo rapidamente também para dar-lhe a medicação que precisa. "Para nós, é prioritário recuperar o ex-vice-presidente com vida", declarou.
Nesta quinta-feira (10), além do ministro do Interior, se deslocaram para o quartel general da região para acompanhar a progressão das operações o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, o ministro da Defesa Nacional, Bernardino Soto, o comandante da Polícia Nacional, Francisco Resquin e o ministro assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Federico González.
O vice-presidente foi sequestrado a cerca de 30 km do local em que duas meninas de 11 anos foram mortas na semana passada durante confronto do EPP contra forças de segurança paraguaias. O ministro assessor Federico González declarou, na última sexta-feira (4), que o governo tem provas de que os pais das meninas são líderes do grupo armado.
O EPP ficou conhecido no Paraguai em 2004, quando foi responsável pelo sequestro de Cecilia Cubas, filha do então presidente Raúl Cubas, que foi morta em cativeiro.
O ministro do Interior acrescentou que o presidente Benítez esteve em contato com o presidente Jair Bolsonaro e o presidente colombiano Iván Duque. "Eles expressaram sua solidariedade à nação paraguaia diante desta situação. Juntos, eles buscarão erradicar este mal endêmico de nosso continente, que é justamente a questão do sequestro, da extorsão, do tráfico de pessoas. Esta não é apenas uma luta nacional, mas também continental", concluiu Acevedo.
(Com informações de Leonardo Lopes, da CNN em São Paulo)