Famílias de reféns israelenses navegam até Gaza e pedem fim da guerra

Hamas ainda mantêm 50 pessoas sequestradas; tripulantes da flotilha disseram que não vão desistir até que eles retornem

Ivana Kottasová, Michael Schwartz e Sanjiv Talreja, da CNN
Uma mulher segura um cartaz com uma foto de um refém israelense na flotilha que se dirigia a Gaza  • Amir Cohen/Reuters via CNN Newsource
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Familiares de alguns dos reféns israelenses mantidos em Gaza navegaram em direção ao território palestino nesta quinta-feira (7), em uma tentativa desesperada de pressionar o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que cogita expandir o conflito.

O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, assim como a oposição e grande parte da população israelense, são veementemente contra a expansão da operação, argumentando que isso colocaria seus entes queridos em um risco ainda maior.

Quando a flotilha partiu do porto de Ashkelon, no sul de Israel, Lior Horev, do fórum de famílias de reféns, disse à CNN que a viagem foi "um pedido de socorro".

“Infelizmente, não podemos entrar em Gaza e levar nossos entes queridos de volta para casa, mas este é um apelo de socorro ao governo israelense”, disse Horev.

O gabinete de segurança de Israel se reúne nesta quinta-feira (7) para votar a reocupação total de Gaza, uma medida que marcaria uma grande escalada do conflito após quase dois anos de guerra no território.

Mais de 60 mil palestinos foram mortos em Gaza desde o início da guerra, após os ataques terroristas liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, informou o Ministério da Saúde na quarta-feira (6). A situação humanitária tornou-se catastrófica, com pelo menos 193 pessoas morrendo de fome, incluindo 96 crianças, segundo o ministério.

No início desta semana, a mídia israelense noticiou que Netanyahu havia decidido pela "conquista total" de Gaza.

"A decisão do gabinete de prolongar a guerra será uma sentença de morte para os vivos e tornará impossível o retorno daqueles que foram assassinados pelo Hamas e ainda estão presos em Gaza", disse Horev.

Enquanto os barcos, adornados com bandeiras israelenses, fitas amarelas e balões simbolizando os esforços para salvar os reféns, navegavam em direção a Gaza, alguns dos que estavam a bordo usavam alto-falantes para transmitir sua mensagem.

“Estamos mais próximos dos reféns, na fronteira marítima com Gaza, para que eles também possam nos ouvir e saber que estamos lutando com todas as nossas forças e não desistiremos até que eles retornem”, disseram os tripulantes, segundo um comunicado do fórum.

Parentes e apoiadores da libertação de reféns mantidos pelo Hamas navegam pela costa de Ashkelon • Leo Correa/AP via CNN Newsource
Parentes e apoiadores da libertação de reféns mantidos pelo Hamas navegam pela costa de Ashkelon • Leo Correa/AP via CNN Newsource

O Hamas e seus aliados ainda mantêm 50 reféns em Gaza. O governo israelense acredita que pelo menos 20 estejam vivos, enquanto 28 foram declarados mortos.

Gaza está completamente isolada do mundo exterior, tanto em terra quanto no mar, com o exército israelense restringindo o tráfego a quilômetros do perímetro, de modo que a flotilha não conseguiu chegar perto da costa.

No convés de um dos barcos, Yehuda Cohen, cujo filho Nimrod Cohen está em cativeiro há 22 meses, disse à CNN que também acredita que continuar a guerra está "colocando diretamente em perigo" os reféns.

"Queremos que tudo isso pare. Queremos que o mundo nos ajude a fazer com que Netanyahu pare com isso. Queremos acabar com a guerra e fechar um acordo para recuperar os reféns", disse Cohen à CNN.

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