Finlândia decidirá sobre adesão à Otan nas próximas semanas, diz premiê
Países nórdicos passaram a considerar seriamente a adesão ao bloco após a invasão russa à Ucrânia
A Finlândia tomará uma decisão sobre se deve se inscrever para ingressar na aliança de 30 membros da Otan nas próximas semanas, disse a primeira-ministra Sanna Marin à repórteres em Estocolmo nesta quarta-feira (13).
"Existem diferentes perspectivas para se candidatar à adesão ou não à Otan e temos que analisá-las com muito cuidado", disse Marin a repórteres em entrevista coletiva conjunta com seu colega sueco.
"Mas acho que nosso processo será bastante rápido, acontecerá em semanas", disse a premiê.
Autoridades da Otan e dos Estados Unidos veem mudanças na opinião pública dos países nórdicos sobre a adesão ao bloco após a invasão russa à Ucrânia.
"Se você olhar para a opinião pública na Finlândia e na Suécia, e como seus pontos de vista mudaram drasticamente nas últimas seis semanas, acho que é outro exemplo de como isso foi um fracasso estratégico”, disse um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA na semana anterior.
Alexander Stubb, que foi primeiro-ministro da Finlândia de 2014 a 2015, disse à CNN que há muito tempo existe uma tensão no país entre o idealismo – querer poder trabalhar com a Rússia, com quem compartilha uma fronteira – e realismo, que exigia que a Finlândia mantivesse um exército permanente forte no caso de a Rússia invadir. Esse idealismo agora evaporou em grande parte após o ataque da Rússia.
"Os finlandeses acham que se Putin pode matar suas irmãs, irmãos e primos na Ucrânia, como está fazendo agora, então não há nada que o impeça de fazê-lo na Finlândia. Nós simplesmente não queremos ficar sozinhos novamente", disse, lembrando a Guerra de Inverno soviético-finlandesa, que durou de novembro de 1939 a março de 1940.
O Kremlin disse, nesta segunda-feira (11), que a possível adesão da Suécia e da Finlândia à aliança militar da Otan não traria estabilidade à Europa.
"Dissemos repetidamente que a aliança continua sendo uma ferramenta voltada para o confronto e sua expansão não trará estabilidade ao continente europeu", disse o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, a repórteres em uma teleconferência quando perguntado sobre a possibilidade de Suécia e Finlândia ingressarem na Otan.
*com informações da Reuters