França pede trégua de protestos de agricultores contra acordo do Mercosul
Produtores rurais estão insatisfeitos e temem perder mercado com a entrada de itens sul-americanos

O governo francês pediu nesta sexta-feira (19) uma trégua de Natal para os agricultores que protestam contra a má gestão governamental relacionada à doença de pele grumosa, que atinge o gado, e ao novo acordo do Mercosul com a União Europeia.
Os produtores rurais vêm bloqueando estradas, despejando esterco e realizando manifestações na França há mais de uma semana.
Eles se reuniram com tratores desta sexta-feira (19) em frente à residência do presidente francês Emmanuel Macron no resort à beira-mar de Le Touquet, no norte da França, colocando um caixão com os dizeres "RIP Agri" e "Mercosul Não".
Enquanto isso, na cidade de Avignon, no sul da França, os agricultores jogaram batatas em prédios públicos.
Os manifestantes argumentam que a política do governo de abater um rebanho inteiro quando é detectada a doença da pele grumosa é excessiva e cruel.
Eles também alegam que o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, cuja assinatura foi adiada para janeiro, permitiria a importação maciça de produtos que não atendem aos padrões franceses.
O primeiro-ministro Sébastien Lecornu está realizando reuniões com os principais sindicatos agrícolas. O chefe do FNSEA, o maior do país, disse que Lecornu se comprometeu a enviar uma carta até o final da tarde com respostas a uma série de questões agrícolas.
"Essa carta será decisiva", disse o presidente da FNSEA, Arnaud Rousseau, aos repórteres, acrescentando que o sindicato tomaria então uma decisão sobre a suspensão dos protestos.
A porta-voz do governo, Maud Bregeon, afirmou na rádio RTL que o governo não toleraria mais bloqueios e faria "todo o necessário" para evitá-los.


