França suspende ajuda financeira ao Níger após golpe militar
Comunicado do Ministério das Relações Exteriores francês pediu retorno à "ordem constitucional" no país africano, centrada no presidente eleito Mohamed Bazoum
A França suspendeu toda a ajuda ao desenvolvimento do Níger com efeito imediato, disse o Ministério das Relações Exteriores da França em um comunicado, após uma reunião do conselho de defesa francês com o presidente Emmanuel Macron neste sábado (29), que se seguiu a um golpe militar no Níger.
No comunicado, o governo francês pediu o retorno à “ordem constitucional” no Níger, centrada no presidente eleito Mohamed Bazoum.
A expectativa é que outros países da União Europeia, bem como os Estados Unidos, também interrompam qualquer tipo de apoio ao país.
Na sexta-feira (28), líderes do golpe no Níger declararam o general Abdourahamane Tiani como o novo chefe de Estado e disseram que suspenderam a constituição e dissolveram todas as instituições anteriores após derrubar o presidente Mohamed Bazoum.
Tiani era o chefe da guarda presidencial, cujos soldados fecharam Bazoum em seu palácio na quarta-feira e disseram que o demitiram por causa da má governança e da piora na segurança.
O general apareceu na televisão estatal na sexta-feira com uma faixa na tela que o descrevia como presidente de um conselho militar recém-formado, o Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CNSP).
General se apresenta como novo líder do Níger após golpe
Países africanos, potências ocidentais, organizações regionais e internacionais reagiram com alarme ao golpe no Níger, insistindo na libertação de Bazoum e na restauração da ordem constitucional.
Antes do levante desta semana, era visto como o aliado mais estável do Ocidente em uma região cercada por insurgentes islâmicos. Várias tropas estrangeiras estão baseadas lá, incluindo forças francesas e americanas.
O Níger também é o sétimo maior produtor mundial de urânio, o metal radioativo amplamente utilizado para energia nuclear e em armas nucleares, bem como para o tratamento do câncer.
O Níger faz fronteira com três países – Mali, Burkina Faso e Chade – que também sofreram golpes militares nos últimos dois anos.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) realizará uma cúpula de emergência na Nigéria no domingo para discutir a situação.
O Níger será um teste para o bloco regional, que tem lutado para convencer os soldados a devolver o poder após a última onda de golpes nos estados membros Mali, Guiné e Burkina Faso.
(Publicado por Fábio Mendes, com informações da Reuters)