
Garman: Ataque ao narcotráfico é forma de Trump influenciar as Américas
Para Christopher Garman, diretor-executivo da Eurasia Group, Casa Branca busca afastar a China da região e fortalecer discurso de lei e ordem para eleições
A Casa Branca intensifica seu foco na América Latina com uma estratégia que combina ações militares contra a Venezuela e iniciativas para reduzir a influência chinesa na região, segundo o diretor-executivo da Eurásia Group, Cristopher Garman.
Para Garman, o governo de Donald Trump não deve realizar ataques contra outros países da região, concentrando as forças contra Caracas. "O governo ditatorial de Nicolas Maduro está isolado na região e é quase um narco-estado", disse.
No entanto, as ações significariam uma concentração da política externa de Trump no combate ao narcotráfico hemisfério especialmente devido ao aumento das rotas de cocaína pelo Atlântico.
"Existe um desejo de Trump de enfraquecer o governo de Maduro, mas também está misturado com um combate ao nacrotráfico e um aumento de rota de cocaína", afirma Garman.
O governo americano também considera denominar organizações criminosas de outros países como grupos terroristas, seguindo medida similar já aplicada ao México.
"Existe um debate dentro do governo Trump de fazer o mesmo para outros países, inclusive o Brasil", aponta o diretor.
Garman destaca que a abordagem está alinhada com a mensagem de "lei e ordem" para as eleições americanas de meio de mandato, que ocorrem no ano que vem e renovam metade das casas legislativas.
Ataques contra navios
O governo de Trump fez a primeira operação militar nas águas do Oceano Pacífico contra barcos que supostamente estariam transportando drogas na noite de terça-feira (21). A operação já levou a pelo menos sete ataques contra embarcações no Caribe e aumentou drasticamente as tensões dos EUA com a Venezuela e a Colômbia.
O ataque mais recente ocorre em meio a um aumento de efetivo militar americano no Caribe, que inclui envio de destróieres com mísseis guiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6.500 soldados.
* com informações da Reuters