William Waack

Hamas aceita libertar reféns e Trump vê uma "paz duradoura" na região

Segundo governo de Israel, 48 pessoas ainda estão sob controle do grupo terrorista, mas apenas 20 estariam vivos

Danilo Cruz, da CNN Brasil, em São Paulo
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O grupo terrorista Hamas concordou em liberar todos os reféns israelenses e negociar os demais termos do plano de paz dos Estados Unidos para Gaza, sepois de quase dois anos desde o início da guerra em Gaza.

Israel afirma que 48 reféns ainda estão sob controle do Hamas, sendo que, desses, apenas 20 estariam vivos.

O grupo terrorista sinalizou que está de acordo com a fórmula de troca contida na proposta do presidente Donald Trump, com as condições de campo necessárias para implementar a medida.

O Hamas afirma que deseja iniciar negociações "imediatamente" e se diz disposto a entregar a administração da Faixa de Gaza para uma "autoridade palestina de tecnocratas independentes", desde que com base no consenso nacional palestino e com apoio árabe e islâmico.

O anúncio, contudo, não corresponde à aceitação total do plano de 20 pontos apresentado por Trump ao lado do premiê israelense Benjamin Netanyahu.

De acordo com o Hamas, outras questões mencionadas na proposta do presidente Trump sobre o futuro da Faixa de Gaza e os direitos legítimos do povo palestino estão ligadas a uma posição nacional unificada e às leis internacionais relevantes.

Depois do anúncio, Donald Trump disse acreditar que o grupo palestino está "pronto para uma paz duradoura" e que esse seria "um dia histórico". Trump ordenou que Israel pare com os bombardeios em Gaza "imediatamente" para que a libertação dos reféns seja feita de forma organizada e rápida.

Se concretizado, esse seria o primeiro acordo de paz no conflito, que já contou dois tratados de cessar-fogo, um em 2023 e outro em 2025. O mais recente também foi o maior, durando cerca de dois meses, quando cerca de 33 reféns israelenses foram liberados.

Israel quebrou a resolução quando voltou a bombardear Gaza antes do início da segunda fase do tratado, que ordenava a retirada de tropas de Gaza. A campanha militar israelense já matou mais de 66 mil pessoas no enclave, a maioria delas civis, segundo as autoridades de saúde do território.