Houthis ordenam que cidadãos americanos e britânicos deixem o Iêmen

Decisão foi tomada depois que os Estados Unidos e o Reino Unido, com o apoio de outras nações, atacaram alvos do grupo alinhado ao Irã

Mohammed Alghobari e Riyam Mukhashaf, da Reuters, em Áden
Houthis lamentam mortos em ataques liderados pelos EUA no Iêmen  • 17/1/2024 REUTERS/Khaled Abdullah
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Autoridades houthis do Iêmen ordenaram que funcionários americanos e britânicos das Nações Unidas e de organizações humanitárias sediadas em Saná deixem a capital iemenita no prazo de um mês.

A informação foi confirmada, nesta quarta-feira (24), segundo um documento e uma autoridade houthi.

A decisão foi tomada depois que os Estados Unidos e o Reino Unido, com o apoio de outras nações, atacaram alvos do grupo alinhado ao Irã, que vem lançando ataques a navios comerciais no Mar Vermelho que, segundo o grupo, estão ligados a Israel.

Na última semana, o governo dos EUA também incluiu os Houthis em uma lista de grupos terroristas, enquanto Washington tenta conter os ataques a navios internacionais no Mar Vermelho.

Os Houthis disseram que seus ataques são em solidariedade aos palestinos em meio à ofensiva de Israel em Gaza.

"O ministério gostaria de enfatizar que é preciso informar os funcionários e trabalhadores com cidadania norte-americana e britânica para que se preparem para deixar o país dentro de 30 dias", diz uma carta enviada pelo Ministério das Relações Exteriores houthi ao coordenador humanitário interino da ONU no Iêmen, Peter Hawkins.

A carta também determina que as organizações estrangeiras não contratem cidadãos americanos e britânicos para as operações no Iêmen.

O principal negociador dos houthis, Mohammed Abdulsalam, confirmou a autenticidade da carta à Reuters.

O escritório de Hawkins, que é de nacionalidade britânica, não respondeu a um pedido de comentário.

As embaixadas dos EUA e do Reino Unido no Iêmen não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

O movimento houthi controla grande parte do Iêmen após quase uma década de guerra contra uma coalizão apoiada pelos EUA e liderada pela Arábia Saudita.

A guerra mudou para um impasse sem guerra nem paz, uma vez que os combates cessaram em grande parte, mas ambas as partes não conseguiram renovar formalmente um cessar-fogo mediado pela ONU.