Irã ameaça países que ajudaram a interceptar foguetes contra Israel

República Islâmica diz que vai "responsabilizar" aliados dos israelenses

Mostafa Salem, Leila Gharagozlou, da CNN*
Equipe da CNN mostra cratera causada por ataque do Irã em Israel.
Equipe da CNN mostra cratera causada por ataque do Irã em Israel.  • Reprodução
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Países que ajudaram a bloquear mísseis visando Israel serão "responsabilizados", disse o Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, nesta quarta-feira (2).

Araghchi estava respondendo a uma pergunta de repórteres sobre a ajuda da Jordânia na interceptação de projéteis disparados do Irã em direção a Israel na terça-feira (1º). Os EUA e o Reino Unido também estavam envolvidos na defesa de Israel.

O Irã disparou dezenas de mísseis contra Israel em resposta ao assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute na semana passada.

O exército da Jordânia disse em uma declaração após o ataque iraniano que todas as unidades e formações no comando geral de suas forças armadas foram colocadas "em alerta máximo para enfrentar quaisquer tentativas que ameacem a segurança e a estabilidade do reino".

"A posição da Jordânia sempre foi que não será um campo de batalha para ninguém, proteger a Jordânia e seu povo é nossa responsabilidade número um", disse Mohammad al-Momani, Ministro da Comunicação Governamental, ao canal de TV al-Mamlaka financiado pelo estado nesta quarta-feira.

A Jordânia, aliada dos EUA, ajudou a interceptar mísseis durante outro ataque iraniano contra Israel em abril, gerando alertas de Teerã.

O ataque do Irã a Israel na terça-feira feriu três pessoas na Jordânia e fragmentos de mísseis caíram em diferentes partes do país, incluindo a capital Amã.

Transmissões da mídia estatal jordaniana mostraram danos em vários locais, incluindo um relatório da província de Balqa, a noroeste de Amã, onde um repórter disse que um fragmento de míssil de 2 metros havia caído.

Entenda a escala nos conflitos do Oriente Médio

O envio dos mísseis iranianos à capital israelense marcou a consolidação do conflito regional no Oriente Médio. De um lado dessa guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, liderado pelo Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.

São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações na militantes na Cisjordânia.

Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.

A operação no Líbano começou na segunda-feira (30), dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute. As Forças de Defesa de Israel afirmam já ter matado praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em ataques semelhantes realizados nas últimas semanas.

Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.

na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação já matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, está escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.

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