Irã diz à Assembleia da ONU que nunca tentará construir bomba nuclear

País do Oriente Médio enfrenta restabelecimento de sanções internacionais

Parisa Hafezi, da Reuters
Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, discursa à Assembleia Geral da ONU, em Nova York
Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, discursa à Assembleia Geral da ONU, em Nova York  • 24/09/2025 REUTERS/Jeenah Moon
Compartilhar matéria

O Irã não tem intenção de construir armas nucleares, disse o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, à Assembleia Geral da ONU nesta quarta-feira (24), poucos dias antes da reimposição de sanções internacionais ao país.

"Declaro mais uma vez perante esta assembleia que o Irã nunca procurou e nunca procurará construir uma bomba nuclear. Não buscamos armas nucleares", afirmou Pezeshkian.

Em 28 de agosto, Reino Unido, França e Alemanha lançaram um processo de 30 dias para reimpor as sanções da ONU, que terminam em 27 de setembro, acusando o Irã de não cumprir um acordo de 2015 que tinha como objetivo impedir que o país desenvolva uma arma nuclear.

As potências europeias ofereceram adiar o restabelecimento das sanções por até seis meses para dar espaço para conversas sobre um acordo de longo prazo, caso o Irã restabeleça o acesso dos inspetores nucleares da ONU, resolva as preocupações sobre seu estoque de urânio enriquecido e negocie com os Estados Unidos.

Pezeshkian criticou essas medidas, avaliando que são ilegais e que foram tomadas a "mando dos Estados Unidos da América".

"Ao fazer isso, eles [o trio europeu] deixaram de lado a boa fé. Eles contornaram as obrigações legais. Eles tentaram retratar as medidas corretivas legais do Irã... como uma violação grave", disse o presidente.

Os EUA, seus aliados europeus e Israel acusam o Irã de usar seu programa nuclear para esconder os esforços de tentar desenvolver a capacidade de produzir armas. O Irã afirma que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos.

Em meio à ameaça iminente de sanções e às conversas de última hora nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, ainda há lacunas entre o Irã e as potências europeias sobre um acordo para evitar a retomada das sanções.

Ainda assim, ambos os lados deixaram a porta aberta para novas negociações. Embora o trio de países europeus, conhecido como E3, diga que os líderes clericais do Irã até agora não conseguiram cumprir as condições estabelecidas, o país do Oriente Médio afirma que não fará concessões.

O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, que tem a última palavra em assuntos estatais importantes, como política externa e o programa nuclear, descartou negociações com os Estados Unidos sob ameaça.