Juízes nomeados por Trump dizem que boicotarão formandos de Columbia
Grupo disse que não contratará estudantes da universidade como assistentes jurídicos do judiciário federal
Um grupo de 13 juízes federais conservadores dos Estados Unidos promete não contratar estudantes de direito da Universidade de Columbia devido à forma como a escola tem lidado com manifestações pró-Palestina no campus nas últimas semanas.
Os juízes enviaram uma carta à presidente de Columbia, Minouche Shafik, e à reitora da faculdade de direito da Columbia, Gillian Lester, na segunda-feira (6), delineando sua posição e descrevendo o campus de Manhattan como “marco zero para a explosão de perturbações estudantis, antissemitismo e ódio por diversos pontos de vista nos campi em toda a nação.”
A Universidade de Columbia tornou-se o epicentro dos protestos contra a guerra em Gaza, que se espalharam por dezenas de campi em todo o país. Na semana passada, a pedido da universidade, o Departamento de Polícia de Nova York foi chamado para desmantelar um acampamento que os manifestantes tinham montado nas dependências da escola, resultando em centenas de detenções. A polícia também retirou manifestantes que ocuparam um prédio no campus.
“Como juízes que contratam assistentes jurídicos todos os anos para servir no judiciário federal, perdemos a confiança em Columbia como instituição de ensino superior. Em vez disso, Columbia tornou-se uma incubadora de intolerância. Como resultado, Columbia desqualificou-se para educar os futuros líderes do nosso país”, afirma a carta.
A carta foi compartilhada com a CNN pelo juiz James C. Ho, juiz de circuito do Tribunal de Apelações dos EUA para o Quinto Circuito e um dos três principais signatários, incluindo a juíza Elizabeth L. Branch, juíza de circuito do Tribunal de Apelações dos EUA para o Décimo Primeiro Circuito e o juiz Matthew H. Solomson, que faz parte do Tribunal de Reclamações Federais dos EUA.
A CNN entrou em contato com a Universidade de Columbia para comentar.
Os juízes que assinaram a carta foram todos nomeados pelo ex-presidente Donald Trump e atuam principalmente no Texas. A lista inclui o juiz Matthew Kacsmaryk, que atua no Distrito Norte do Texas, em Amarillo, e emitiu a ordem bloqueando o acesso mais amplo à mifepristona. Essa decisão acabou sendo ouvida pela Suprema Corte em março passado.
Os juízes federais podem ter uma influência significativa na carreira jurídica de uma pessoa, especialmente quando ela está ingressando na área. Eles normalmente contratam graduados em direito para estágios que podem eventualmente levar a empregos de prestígio e bem remunerados.
Na sua carta, os juízes também descrevem um conjunto de medidas que a universidade deve tomar, incluindo a recomendação de “consequências graves” para estudantes e professores que participaram em perturbações no campus.
A Universidade de Columbia tem uma rica história de protestos estudantis que, ao longo dos anos, incluíram diferentes níveis de perturbação, incluindo a tomada de edifícios escolares, como foi feito na semana passada, quando os estudantes ocuparam o Hamilton Hall, o que acabou por levar a dezenas de detenções.
Os juízes também escrevem que a invasão e ocupação ilegal de espaços públicos é base suficiente para justificar o encarceramento.
“As universidades também devem identificar os estudantes que se envolvem em tal conduta para que futuros empregadores possam evitar contratá-los. Caso contrário, os empregadores são forçados a assumir o risco de que qualquer pessoa que contratem de Columbia possa ser um desses estudantes perturbadores e odiosos”, escreveram os juízes.