Kremlin: Ocidente não deve se preocupar com uma possível base militar em Cuba

Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que exercícios militares são práticas habituais dos Estados e que não há motivo para preocupações neste caso

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Fragata Admiral Gorshkov, da Marinha russa, chegando ao porto de Havana, em Cuba
Fragata Admiral Gorshkov, da Marinha russa, chegando ao porto de Havana, em Cuba  • Ministério de Defesa da Rússia
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O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quinta-feira (12), durante uma entrevista coletiva, que "não há motivo de preocupação" do Ocidente sobre a possível criação de uma base militar em Cuba.

Um jornalista perguntou a Peskov se a Federação Russa planejava criar uma base militar em Cuba, citando reportagens em meios ocidentais, ao que o porta-voz pareceu dissipar as especulações.

"Os exercícios militares são uma prática normal em diversas regiões do mundo para todos os Estados, especialmente para uma potência marítima tão grande como a Federação Russa. A realização deste tipo de manobras é também uma prática habitual, por isso não vemos motivo de preocupação neste caso. É tudo o que posso dizer sobre este assunto", disse Peskov.

Por outro lado, Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, se reuniu com seu homólogo cubano, Ricardo Cabrisas, nesta quinta-feira em Moscou, informou a porta-voz do Ministério, Maria Zakharova.

As declarações ocorrem depois que uma frota da Marinha da Rússia, que inclui um submarino de propulsão nuclear e uma fragata, chegou a Cuba nesta quarta-feira (11) em um sinal de fortalecimento dos laços entre os dois aliados da Guerra Fria.

Visita da frota russa a Havana

A fragata russa Almirante Gorshkov, parte desta frota de quatro navios, foi a primeira a chegar ao porto de Havana, seguida pelo submarino de propulsão nuclear Kazan.

Ao entrar no porto, a fragata disparou uma salva de 21 tiros de canhão, que foi respondida pelos cubanos com tiros de canhão de um forte colonial do século XVIII construído pelos espanhóis para vigiar o porto de Havana.

O Gorshkov é um dos navios mais modernos da Marinha russa. Ele é seguido nesta frota pelo submarino de propulsão nuclear Kazan, o rebocador de resgate Nikolai Chiker e o petroleiro Pashin.

Esta é a maior demonstração de força da Rússia com o seu antigo aliado Cuba em muitos anos. Os Estados Unidos consideram que o Kazan não tem armas nucleares a bordo, segundo um funcionário norte-americano.

Os navios realizarão uma visita oficial de cinco dias à ilha caribenha - uma demonstração de força russa a apenas 144 quilômetros da Flórida, enquanto as tensões entre os EUA e a Rússia aumentam devido à guerra na Ucrânia.

 

Patrick Oppmann, Natasha Bertrand, Haley Britzky, Sergey Gudkov e Sophie Tanno, da CNN, contribuíram para esta reportagem.

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