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    Lula quer lançar Brasil como líder contra mudanças climáticas e cobrar países ricos na COP28

    Presidente pretende apresentar novas propostas para manutenção de florestas tropicais

    Américo Martinsda CNN , Dubai

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende consolidar a posição do Brasil como um dos grandes líderes contra as mudanças climáticas durante a COP28, que começou nesta quinta-feira (30) em Dubai, Emirados Árabes Unidos.

    A intenção do governo é apresentar uma série de propostas inovadoras em relação à proteção do meio ambiente, ao mesmo tempo em que vai divulgar para a audiência externa os recentes avanços do país na área.

    Uma das principais ideias de Lula é lançar uma nova fórmula de financiamento para a manutenção das florestas tropicais, que seria baseada nas necessidades dos países que as detém.

    Para que a proposta ganhe mais peso, o governo brasileiro vem trabalhando em paralelo para a criação de uma aliança de cerca de 80 nações que possuem esse tipo de florestas.

    Os detalhes da proposta ainda não são completamente conhecidos, mas o governo diz que não seria algo nos moldes do Fundo Amazônia, que recebe contribuições voluntárias de países desenvolvidos para a proteção da floresta.

    Uma opção seria um acordo no qual os maiores emissores históricos de gases do efeito estufa criariam um fundo para a manutenção das florestas, administrado pela aliança de países florestais e seguindo as suas prioridades para ações de proteção e desenvolvimento econômico dessas áreas – e não a dos doadores. O objetivo final seria encontrar formas de demonstrar que as florestas valem muito mais em pé do que destruídas.

    Outra prioridade do presidente será apresentar ao mundo os resultados obtidos em relação ao meio ambiente desde o início de seu governo.

    Lula e sua ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vão destacar a queda no desmatamento da Amazônia e iniciativas em discussão no Congresso como o Fundo do Clima e a regulamentação do mercado de carbono.

    Lula não perderá nenhuma oportunidade de afirmar que o Brasil está fazendo sua parte no combate às mudanças climáticas.

    Com isso, ele vai abrir caminho para dizer que o país ocupa agora uma posição que permite cobrar mais responsabilidade e ajuda dos países ricos ao mundo em desenvolvimento no setor.

    Ele vai insistir na necessidade de os países mais ricos e que historicamente mais contribuíram para a emissão de gases de efeito estufa comprar suas promessas para ajudar o mundo a mitigar e se adaptar aos efeitos das mudanças climáticas.

    Uma dessas promessas, nunca cumprida, é a de destinar pelo menos USD 100 bilhões por ano para ajudar os países mais pobres a combater as mudanças climáticas.

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