Macron alerta para situação “muito explosiva” em ilha franco-caribenha
Guadalupe está registrando protestos violentos após presidente francês decretar a obrigatoriedade da vacinação completa para profissionais de saúde e o passaporte da vacina

O presidente francês Emmanuel Macron prometeu, na segunda-feira (22), aumentar a vacinação no território ultramarino francês de Guadalupe, em meio ao que ele descreveu como uma “situação muito explosiva” na ilha caribenha, com tensões crescentes sobre a obrigatoriedade da imunização.
“Nossa prioridade é continuar a convencer [a população da ilha] de que a vacinação é a melhor proteção”, disse Macron.
A taxa de vacinação de Guadalupe na semana passada foi de 33% da população total — bem abaixo da taxa geral da França de 75,1%.
Os sindicatos na ilha franco-caribenha convocaram uma greve geral na segunda-feira passada em resposta ao governo que exige a imunização completa para profissionais de saúde e o passaporte da vacina, ou “passe sanitaire”. Os manifestantes bloquearam estradas e entraram em confronto com a polícia durante a semana, além de muitas lojas continuarem fechadas após saques noturnos.
Cerca de 200 policiais e integrantes da corporação militar francesa, bem como 50 oficiais de duas unidades táticas de elite, foram enviados à ilha para reforçar as unidades policiais locais, disse o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, no Twitter. No total, 2.250 oficiais estão trabalhando para manter a ordem na ilha.
Essas unidades táticas de elite são responsáveis pelo contraterrorismo, situações de recuperação de reféns e combate ao crime organizado, e são semelhantes ao S.W.A.T. do FBI.
Nas ruas da principal cidade de Guadalupe, Point-a-Pitre, é possível encontrar carros queimados e escombros após a noite de conflitos. As forças policiais prenderam dezenas de pessoas e, segundo a mídia francesa, manifestantes invadiram um depósito de armas e levaram rifles.
Guadalupe já foi atingida por protestos violentos antes, mas, segundo o prefeito da ilha, agora há “grandes preocupações” porque agora há presença de armas. As escolas estão fechadas no território.
Macron disse que a agitação em Guadalupe estava “ligada a um contexto muito local” e ligada a “tensões históricas”.
Os territórios ultramarinos da França há muito têm um relacionamento difícil com o continente, em parte devido à história da escravidão francesa e à pobreza relativa dos territórios em comparação com o PIB per capita do país europeu. Na Martinica, outro território francês ultramarino que está a 190 quilômetros ao sul de Guadalupe, há sinais de protestos se espalhando pela ilha.
Com informações da Reuters
* (Texto traduzido. Clique aqui para ler o original).