Maduro responde Trump sobre CIA: "Não à mudança de regime"

Presidente dos Estados Unidos autorizou agência de inteligência a operar na Venezuela

Da CNN em Espanhol
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa durante a cerimônia de posse em 10 de janeiro de 2025, em Caracas, Venezuela  • (Foto de Jesus Vargas/Getty Images
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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, respondeu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a autorização que o americano disse que deu à CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) para operar na Venezuela. O objetivo, segundo o americano, é coibir o narcotráfico e o fluxo de imigrantes ilegais do país sul-americano.

Em um evento público em Caracas, na quarta-feira (15), Maduro denunciou o que descreveu como "golpes orquestrados pela CIA" e rejeitou qualquer tentativa de intervenção estrangeira na região.

"Não à mudança de regime. Não aos golpes realizados pela CIA. A América Latina não os quer, não precisa deles e os repudia", declarou o líder venezuelano em resposta à fala de Trump.

Maduro também pediu que uma guerra fosse evitada. "Quero dizer ao povo dos Estados Unidos: Não à guerra. Não queremos uma guerra no Caribe ou na América do Sul."

A CNN pediu comentários do Departamento de Estado sobre as declarações do líder venezuelano e aguarda uma resposta.

Tensão aumenta entre EUA e Venezuela

As declarações de Maduro foram feitas depois que Trump deu a explicação mais detalhada até o momento sobre a decisão de expandir o poder operacional da CIA para realizar operações letais e ações secretas na região.

Segundo fontes governamentais, o republicano assinou uma diretiva secreta no início deste verão (no hemisfério norte) autorizando ataques contra cartéis de drogas latino-americanos, ao mesmo tempo em que atualizava os poderes da agência de inteligência.

Embora Trump não tenha esclarecido se a agência teria autoridade para agir diretamente contra Maduro, ele acusou a Venezuela de ser uma fonte importante de tráfico de drogas para os Estados Unidos.

Maduro e o governo chavista negam as acusações de Washington sobre supostas ligações com o tráfico de drogas.

Trump também não falou se seu objetivo era derrubar Maduro, embora tenha afirmado acreditar que os governantes venezuelanos já estavam sentindo pressão.

“Acho que a Venezuela está sentindo a pressão. Mas acho que muitos outros países também estão sentindo a pressão. Não vamos permitir que este país, o nosso país, seja arruinado porque outros querem enviar, como você diz, o pior de seu povo”, declarou ele, repetindo sua falsa alegação de que vários países esvaziaram prisões e instituições psiquiátricas para enviar pessoas aos EUA.

Um dia antes, as Forças Armadas dos Estados Unidos lançaram uma operação contra um quinto navio supostamente ligado ao tráfico de drogas na costa da Venezuela, que deixou seis mortos, segundo o próprio presidente na terça-feira (14).

Na quarta-feira (15), defendendo os ataques letais de seu governo contra embarcações supostamente associadas a narcoterroristas no Caribe, Trump disse que a campanha militar dos EUA poderia continuar “em terra”.

“Já o impedimos quase completamente por mar. Agora, vamos impedi-lo por terra”, falou o republicano, sem dar mais detalhes sobre como planejam executar isso.