Israel: manifestantes enfrentam polícia durante atos contra reforma no Judiciário
Confrontos aconteceram no Aeroporto Internacional Ben Gurion, depois que os integrantes terem bloqueado um importante terminal portuário, dentro dos protestos contra as mudanças propostas por Benjamin Netanyahu


Centenas de manifestantes antigovernamentais convergiram para o Aeroporto Ben Gurion, em Israel, nesta segunda-feira (3), e alguns na multidão brigaram com a polícia, que tentou impedi-los de bloquear o acesso ao terminal.
A calçada do lado de fora do saguão de desembarque estava repleta de manifestantes carregando bandeiras, buzinas e tambores. Um cordão de policiais se alinhou na via enquanto carros de passageiros e ônibus passavam lentamente.
Um vídeo mostrou dezenas entrando no saguão e protestando no local.
O protesto é contra um plano do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para reformar o judiciário. No início do dia, os manifestantes fecharam brevemente o acesso a um importante porto israelense.
O esforço legislativo, revelado depois que Netanyahu recuperou o poder no final de dezembro, liderando uma coalizão de extrema direita, desencadeou protestos sem precedentes, despertou preocupações com a saúde democrática de Israel e prejudicou a economia.
A polícia prometeu manter o Ben Gurion operando e um porta-voz da autoridade aeroportuária disse que não houve atrasos incomuns nos voos.
Um panfleto que circulou online convocava os manifestantes a irem a Ben Gurion com malas e passaportes, sugerindo que planejavam se passar por passageiros para contornar os cordões policiais.
Netanyahu aplacou alguns dos protestos durante as negociações de compromisso com a oposição, mas elas se mostraram infrutíferas. Ele agora está buscando um pacote legislativo que diz ser uma versão reduzida da reforma.
Como a coalizão religiosa-nacionalista de Netanyahu tem uma maioria parlamentar confortável, os críticos têm realizado mais protestos de rua em um esforço para impedir as mudanças que veem como uma ameaça à independência do tribunal.
Vários manifestantes, alguns segurando bandeiras israelenses e outros tocando tambores, bloquearam o portão do porto de Haifa, no norte, por 1,5 hora. Um porta-voz do porto disse que eles impediram a entrada de cerca de 100 caminhões e atrasaram o carregamento da carga.

Netanyahu, que está sendo julgado por acusações de corrupção que ele nega, defende suas reformas do judiciário como uma tentativa de restaurar o equilíbrio entre os vários ramos do governo e corrigir o que ele e seus aliados de coalizão consideram um exagero dos tribunais.
(Reportagem de Rami Amichay, Dan Williams, Ari Rabinovitch e Steven Scheer)