Ministro da Venezuela diz que apreensão de avião de Maduro é um “roubo”
Aeronave foi apreendida na República Dominicana por violar sanções americanas, diz Washington
O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, chamou de “roubo” a apreensão de um avião utilizado pelo presidente Nicolás Maduro, que as autoridades norte-americanas executaram na segunda-feira (2) na República Dominicana.
Washington determinou que a aquisição da aeronave violou as sanções dos Estados Unidos, além de estabelecer que ela foi comprada ilegalmente e contrabandeada para fora dos EUA.
Durante seu programa na televisão estatal, Cabello leu diversas manchetes e sobre a apreensão do avião, que as autoridades norte-americanas garantiram ser “algo inédito em matéria penal”. O ministro disse, sem apresentar provas, que “não é o primeiro que eles roubam.”
Em fevereiro, o governo dos Estados Unidos confiscou um avião de carga Boeing da estatal venezuelana Emtrasur, que lhe tinha sido vendido por uma companhia aérea iraniana sancionada por violar as leis federais de controle de exportações.
Depois de saber da chegada da aeronave aos Estados Unidos, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, descreveu a transferência do avião como “roubo flagrante” e disse que a ação violou “todas as regras que regulam a aeronáutica civil”.
“Sempre se diz: Vou pegar vocês na descida”, o ministro alertou os governos dos Estados Unidos e da República Dominicana, sugerindo assim uma possível retaliação, e lembrou que “nós é que temos petróleo”.
Em outubro de 2023, o governo do presidente Joe Biden suspendeu algumas das sanções contra a Venezuela, incluindo algumas sanções petrolíferas, após o acordo de Barbados assinado pelo partido no poder e pela oposição para a realização de eleições livres e justas em 28 de julho.
Em abril, as sanções foram reinstauradas, mas existe uma licença em vigor que permite à Chevron obter petróleo bruto venezuelano.
Militar dos EUA detido
Outro incidente recente na avançada inimizade entre Washington e Caracas foi a prisão na Venezuela de um membro da Marinha dos EUA, sobre a qual Cabello se limitou a ler uma carta supostamente enviada por um de seus telespectadores contando-lhe a notícia.
“O que é isso? Houve notícias por aí?”, questionou o ministro, acrescentando que não está em comunicação com as autoridades norte-americanas sobre o assunto.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, informou na quarta-feira (4) que o funcionário norte-americano estava em uma viagem pessoal e não em nome do governo dos EUA.
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